O Papa Francisco negou a intenção de renunciar ao papado. Em entrevista à agência Reuters, publicada nesta segunda-feira (4), o pontífice reafirmou que poderia deixar o posto se não tivesse condições de saúde para continuar administrando a Igreja, mas disse que só “Deus vai dizer” quando e se este tempo chegar.
Nos últimos meses, os rumores de uma renúncia ficaram mais fortes após gestos do argentino. Em agosto, o líder dos católicos pretende ir a L’Aquila, cidade que abriga o túmulo do Papa Celestino V, que renunciou ao papado em 1294. Bento XVI esteve na cidade antes de anunciar a sua retirada de cena.
Os problemas de saúde do atual pontífice e a reunião de cardeais marcada para agosto, em que mudanças na Constituição do Vaticano podem ser votadas, também aumentaram os rumores. Francisco disse à Reuters, no entanto, que tem viagem ao Canadá e melhora progressivamente do problema no joelho que tem tirado o papa de alguns compromissos.
Francisco conversou com a equipe jornalística no último sábado (2) e disse ter passado por um procedimento com laser magnético no joelho. O líder religioso explicou que teve uma fratura ao dar um passo em falso e que o tratamento é lento. Sobre um possível câncer, o pontífice disse que os médicos nada disseram a ele e riu da suposição.
Responsável por mudanças na condução da Igreja e apontado como um renovador e carismático líder, o papa enfrenta resistências da ala mais conservadora da Igreja. Na entrevista, ele condenou o aborto, disse que a religião entende a vida desde o momento da concepção, mas afirmou não ter conhecimento jurídico para falar sobre a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos.
Sobre a Guerra entre Rússia e Ucrânia, o Papa disse esperar o fim do conflito e que pretende visitar Moscou e Kiev brevemente. Uma visita do pontífice à Rússia não foi bem recebida anteriormente. Um Papa jamais esteve no país.
Segundo Francisco, em contatos recentes, ficou demonstrado que é possível fazer uma visita ao país de Vladimir Putin.