Metade dos adultos entre 18 a 24 anos demonstraram algum problema com a saúde mental. Os dados foram disponibilizados pela IPEC, Inteligência em Pesquisa e Consultoria, a pedido da Pfizer.
A faixa etária foi a mais atingida com danos psíquicos provocado pela pandemia do novo coronavírus. Dentre os analisados, 39% classificou a própria saúde mental como ruim e 11% como muito ruim.
O levantamento entrevistou duas mil pessoas entre as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Salvador.
O sintoma mais indicado pelos participantes foi a tristeza (42%); seguida pela insônia (38%); e a irritação (38%). Angústia e/ou medo marcaram 36%, além de crises de choro com a marca de 21%.
Dos entrevistados, mais de um quinto chegou a procurar ajuda profissional no período, sendo que 11% estão em acompanhamento especializado no momento.
A psicóloga Catarina Andrade reforça a importância do acompanhamento não só para facilitar a forma que se lida com os sentimentos, mas para evitar um agravamento da situação.
O estudo apontou também que patologias como a ansiedade e a aparecem em primeiro lugar nas condições diagnosticadas de forma mais recorrente. Entre as quatro primeiras, a pesquisa também identificou síndrome do pânico em 3% do grupo e a fobia social em 2%.
No que diz respeito à percepção dos jovens sobre a situação psicológica, 97% afirmaram que problemas desse tipo precisam ser levados a sério e 86% reconhecem não ser possível resolver sozinho uma questão de saúde mental.
De acordo com o psiquiatra e pesquisador da Universidade Federal de São Paulo Michel Hadda, esses números ajudam a compor o cenário brasileiro e até a pensar políticas públicas. “ Com base nesse tipo de informação, nós podemos ter maior clareza com relação a estratégias a serem adotadas. Não só em relação a estratégias para ampliar nossa capacidade assistencial, mas também as estratégias relacionadas à prevenção desses transtornos mentais. ”, explica o médico.