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Pai de Mauro Cid é alvo da PF em apuração sobre venda de presentes de Bolsonaro

São cumpridos mandados de busca e apreensão em Brasília, São Paulo e Niterói; advogado de Bolsonaro e auxiliar do ex-presidente também receberam agentes da Polícia Federal

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Pai de Mauro Cid é alvo da PF em apuração sobre venda de presentes de Bolsonaro
Foto: Montagem/Agência Brasil

A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão na manhã desta sexta-feira (11) na investigação que apura a suposta negociação de presentes oficiais recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro de delegações estrangerias. Os policiais estão nas ruas de Brasília, São Paulo e Niterói, no Rio de Janeiro.

Ajudantes de ordens e advogados de Bolsonaro estão entres os alvos da Operação Lucas 12:2. São quatro mandados cumpridos em endereços ligados ao pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, Mauro César Lourena Cid. Agentes também atuam em localidades em nome de Osmar Crivelatti, que é assessor do ex-presidente, e Frederick Wassef, advogado do político.

Os mandados foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal e busca “esclarecer a atuação de associação criminosa constituída para a prática dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro”.

As investigações começaram após a revelação de que Bolsonaro tentou incorporar irregularmente ao patrimônio próprio joias recebidas da Arábia Saudita.

Segundo a Polícia Federal, o grupo investigado utilizou a estrutura do governo para desviar patrimônio recebido de delegações estrangeiras e negociou a venda dos itens no exterior. Os investigadores ainda apontam que os “valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem”.

Mauro Cid está preso desde maio em uma investigação que apura a falsificação de cartões de vacinação. O tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro também está no foco de investigações sobre presentes entregues ao ex-presidente.

O ministro da Justiça, Flavio Dino, afirmou que a venda de joias é um caminho clássico de “corrupção e lavagem de dinheiro”. O político disse ser “essencial sempre investigar o assunto, quando há indícios de ilegalidades”.

O nome da operação é uma alusão ao versículo 12:2 da Bíblia, que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido“.