Familiares de pessoas com certas enfermidades, como paralisia cerebral e Alzheimer, reclamam de dificuldades para retirar fraldas geriátricas nas UBSs de São Paulo e da má qualidade dos itens.
Crianças e adultos, com problemas específicos de saúde, têm direito a receber gratuitamente fraldas descartáveis pela Prefeitura de São Paulo. Mesmo sendo um direito, muita gente não consegue receber o material no prazo correto.
É o caso da ouvinte Edlaine Camargo, que, neste mês, precisou comprar o item para a mãe, porque está em falta na UBS Jardim Aeroporto, na Zona Sul. “Eles estavam distribuindo uma fralda de péssima qualidade, que você colocava na paciente e vazava. Agora, eles começaram a não distribuir novamente a fralda e não sabem dizer o porquê”, disse.
Nesta semana, os ouvintes da BandNews FM relataram dificuldades para retirar as fraldas geriátricas nas regiões Norte, Sul e Oeste da capital paulista. Famílias denunciam para a “Central de Ouvintes Ricardo Boechat” que, quando os insumos chegam, são de má qualidade.
O ouvinte Carlos Navas, que cuida da mãe com doença de Alzheimer em estágio avançado, procurou a ouvidoria da Prefeitura para reclamar dos constantes desabastecimentos do produto nos postos de saúde. Neste mês, ele não conseguiu pegar os pacotes que a idosa tem direito na UBS Vila Ipojuca, na Lapa, na Zona Oeste. “Eles preveem quatro trocas de fraldas por dia, mas nós estamos recebendo pacotes de 50 fraldas cada um, e não é permitido abrir pacotes. Então, por essa quantidade prevista a gente teria direito a 117 fraldas por mês, mas na maioria dos meses nós recebemos 100”, contou.
A Secretaria Municipal da Saúde disse que mensalmente são distribuídas na rede cerca de 5,6 milhões de fraldas geriátricas e o fornecimento acontece de acordo com a demanda da rede. As Unidades Básicas de Saúde citadas pela reportagem devem ser abastecidas nesta quarta-feira (20) conforme o cronograma previamente estabelecido.
A Pasta informa que as fraldas são periodicamente submetidas a testes de qualidade com lotes aleatórios, que são analisados pela Comissão de Avaliação e Tecnologia em Saúde.
A Prefeitura de São Paulo diz que é vedada à administração pública determinar, em seus procedimentos licitatórios, a marca a ser adquirida, de forma que as licitações sejam regidas pelo descritivo técnico que atenda ao objetivo da compra.