Com taxas de ocupação de leitos acima de 90%, pacientes aguardam por uma vaga por dias em UPAS e AMAS da capital paulista. E as condições de atendimento nas unidades, algumas lotadas, são precárias por causa da lotação: faltam alimentos para os doentes e camas.
Além disso, a capital paulista registrou a falta de oxigênio para pacientes em uma unidade pública de saúde, pela primeira vez, neste final de semana. Dez pessoas tiveram que ser transferidas da UPA Ermelino Matarazzo, na Zona Leste, para o Hospital de Itaquera.
A unidade alertou que o risco de falta do produto era iminente.
Caso semelhante ao que aconteceu na AMA do Jardim Peri, na Zona Norte, onde a nossa ouvinte Maria de Fátima Tiburtino estava acompanhando o marido, que testou positivo para Covid-19.
O oxigênio hospitalar foi reposto, mas João Barreira, de 48 anos, ficou três dias em uma cadeira esperando um leito.
A AMA do Jardim Peri sofre também com a falta de alimentos para as pessoas que estão internadas.
Mesmo com a falta de estrutura, Maria de Fátima afirma que estar na unidade de saúde é a melhor opção para quem precisa de atendimento:
O João conseguiu um leito no Hospital da Brasilândia no sábado.
Outra ouvinte da BandNews FM, que pediu para não ser identificada, também foi a AMA do Jardim Peri para levar o pai, de 72 anos. Sem diagnóstico de Covid-19, ele foi colocado na mesma sala em que estavam pacientes com coronavírus confirmado:
Questionada sobre a situação na AMA, a Secretaria de Saúde disse que os pacientes estão sendo acomodados em poltronas hospitalares, mas imagens dos nossos ouvintes – que estão no nosso site bandnewsfm.com.br – mostram também o uso de cadeiras plásticas. Sobre a falta de alimentos para os pacientes, a pasta não se pronunciou.
Neste final de semana, o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, afirmou que a Prefeitura vai comprar 200 cilindros de oxigênio para enviar às UPAS menores da capital.
Questionada sobre o número de pessoas que aguardam um leito na capital paulista, a Secretaria de Saúde disse que não atualiza os números nos finais de semana.
Na sexta-feira, eram 461 pacientes aguardando vagas em hospitais.