A OTAN formaliza nesta quarta-feira (29) o convite para que Suécia e Finlândia ingressem na aliança militar. A medida foi tomada durante encontro dos integrantes do bloco e um dia após o governo da Turquia mudar de ideia e aprovar a entrada dos novos membros.
O avanço da OTAN é uma resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia. "A adesão da Finlândia e da Suécia os tornará mais seguros, a OTAN mais forte e a área euro-atlântica mais segura. A segurança da Finlândia e da Suécia é de importância direta para a Aliança, inclusive durante o processo de adesão", disse o comunicado emitido pela Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Agora, o ingresso de finlandeses e suecos depende de aprovação final de cada um dos parlamentos e legislaturas dos 30 estados membros da aliança.
Durante a cúpula em Madri, a OTAN ainda aprovou um novo documento com os objetivos da aliança para a próxima década.
Pela primeira vez, a aliança citou a China, classificando o país como um "desafio aos interesses, segurança e valores" do bloco. "Enfrentamos agora uma era de competição estratégica. A China está aumentando substancialmente suas forças, inclusive em armas nucleares, intimidando seus vizinhos, incluindo Taiwan. A China não é nossa adversária, mas devemos estar atentos aos sérios desafios que ela representa”, destacou o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg.
Já a Rússia, que antes era apresentada como um "parceiro euro-atlântico", foi descrita como a "ameaça mais significativa e direta à segurança dos aliados e à paz e estabilidade". Por fim, a OTAN ressaltou o apoio a uma Ucrânia independente.
No encontro, o presidente dos Estados Unidos anunciou que o país estabelecerá um quartel-general permanente na Polônia. Segundo Joe Biden, a Casa Branca também irá manter 3 mil soldados extras na Romênia, além de aumentar a presença militar nos estados bálticos, Reino Unido, Alemanha e Itália.
"Eu disse que Putin está procurando a finlandização da Europa. Ele vai conseguir a otanização da Europa. E isso é exatamente o que ele não queria, mas exatamente o que precisa ser feito para garantir a segurança da Europa”, afirmou o democrata.
Apesar dos anúncios, o presidente da Ucrânia manifestou insatisfação. Em pronunciamento realizado por videoconferência, Volodymyr Zelensky expressou frustração pelo fato de a OTAN ter ignorado a ambição do país de ingressar na aliança, mesmo após a agressão russa.
"A Ucrânia não pagou o suficiente? A nossa contribuição para a defesa da Europa e de toda a civilização ainda é insuficiente? O que mais é necessário então?", disse ele.