No mesmo dia da demissão do ministro Gonçalves Dias do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o governo mudou a estratégia no Congresso e passou a apoiar a instauração da CPMI dos atos de 8 de janeiro.
Segundo Rodrigo Orengo, da BandNews FM, a estratégia agora é reduzir danos. A avaliação do governo é que resistir ao fato novo - a demissão do ministro - é pior. O melhor neste momento é lançar o foco aos invasores dos prédios das instituições e vincula-los à oposição.
O consenso de parlamentares da base é que, com o apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que garantiu a governabilidade a Lula na Câmara, os opositores mais radicais, bolsonaristas, estariam em minoria na composição da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, teria apenas três membros na CPMI.
"Tendo assinaturas, com foco estabelecido, a CPI tem que sair. Está na lei. Agora, o governo vai jogar pesado para formar uma tropa de chorque, com posições importantes. O governo tem maioria nessa composição. Estrategicamente, os articuladores do governo vão escolher a dedo os parlamentares do Centrão que vão compor a CPI", disse Rodrigo Orengo.
Entenda o caso
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Gonçalves Dias, pediu demissão do cargo nesta quarta-feira (19).
É o primeiro chefe de pasta que deixa a posição no terceiro mandato do governo Lula (PT). O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, assumirá o cargo interinamente.
O pedido ocorre após divulgação de imagens de câmeras de segurança, em que Gonçalves Dias aparece no Palácio do Planalto durante invasões golpistas de 8 de janeiro. O vídeo estava em sob sigilo, por fazer parte de inquérito policial.