O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no âmbito do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado se soma a outros inquéritos que envolvem o nome do ex-presidente e estão em andamento.
Além de Bolsonaro, general Braga Netto e outras 35 pessoas foram indiciadas no mesmo inquérito nesta quinta-feira (21). No caso de Bolsonaro, os outros inquéritos em andamento são o do caso das joias dadas por delegações estrangeiras à Presidência da República e também o inquérito da fraude no cartão de vacinas.
No entanto, este novo indiciamento é visto em Brasília como o caso mais grave. Os indiciados são suspeitos dos crimes de abolição violenta ao Estado democrático de Direito, organização criminosa e golpe de Estado.
Nas outras duas investigações, Bolsonaro também já foi indiciado, no entanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu mais diligências. Nesses casos, a PF deve fazer mais investigações para incluir mais provas nos relatórios.
"O escopo das investigações do 8 de janeiro é o mais grave e deve passar na frente. A expectativa é essa: que a denúncia seja feita no ano que vem e o julgamento também", disse o colunista da BandNews FM Rodrigo Orengo ao analisar o tema nesta sexta.
"O trabalho da PF foi concluído, a não ser que a PGR peça mais diligências, mas é difícil imaginar que isso aconteça. Estamos falando de um inquérito de quase 800 páginas. Agora, o ministro relator Alexandre de Moraes faz a leitura antes de tornar público. Aqui, nós temos essa expectativa de ele liberar os dados e todos terem às páginas", disse Orengo.
No inquérito das joias, Bolsonaro foi indiciado por organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.
No caso da fraude no cartão de vacina, o ex-presidente foi indiciado pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistemas de informação. Em ambos casos, a PGR pediu mais diligências à PF.
Segundo Orengo, a partir dos indícios de crime encontrados pela PF ao longo das investigações sobre a tentativa de golpe e assassinato de autoridades, as discussões sobre a PEC da Anistia perdem força no Congresso Nacional.
"Na esfera política, isso traz impactos. Falavam em anistia aos condenados de 8 de janeiro (...) é um movimento que perde força. Não há espaço hoje no Congresso Nacional para avançar com esse processo de anistia."