A oposição deve divulgar nesta quarta-feira (14) detalhes do pedido de impeachment que pretende apresentar contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
O texto se baseia em reportagens do jornal Folha de São Paulo.
Segundo as publicações, o gabinete de Alexandre de Moraes teria usado mensagens de WhatsApp para ordenar, quando ele era presidente do Tribunal Superior Eleitoral, a produção de relatórios contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O material teria sido usado em inquéritos como o das fake news, que tramita no Supremo.
Em nota, o gabinete do ministro negou qualquer irregularidade e disse que todos os procedimentos foram oficiais e estão devidamente documentados.
As informações obtidas pelo jornal Folha de São Paulo também indicam que o deputado federal Eduardo Bolsonaro seria um dos alvos “escolhidos” por Moraes.
O nome do filho do ex-presidente aparece em conversas entre o juiz auxiliar do ministro do STF Marco Antônio Vargas e o então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, Eduardo Tagliaferro.
Em novembro de 2022, Alexandre de Moraes teria pedido para relacionar Eduardo Bolsonaro com Fernando Cerimedo.
O argentino entrou na mira do ministro por replicar em lives a desinformação de que a eleição no Brasil teria sido fraudada, sob a alegação de que cinco modelos de urnas em que Lula recebeu mais votos não teriam sido submetidos a testes de segurança.
Na troca de mensagens, Marco Antônio Vargas afirma: “Ele quer pegar Eduardo Bolsonaro; a ligação do gringo com Eduardo Bolsonaro”. Em resposta, Eduardo Tagliaferro responde: “Será que tem?”.
Na manhã seguinte, os dois voltam ao tema. Eduardo Tagliaferro mandou para Marco Antônio Vargas: "Tem um vídeo do Eduardo Bolsonaro com a bandeira do jornal que fez a live de ontem, conseguimos aí relacionar ele àquilo". Em resposta, o juiz auxiliar afirma: “Bom dia! Que beleza”.
O gabinete de Alexandre de Moraes não se manifestou sobre essa conversa. Eduardo Tagliaferro também disse que não vai se pronunciar, mas ressaltou que "cumpria todas as ordens dadas e não se recorda de ter cometido qualquer ilegalidade".