Diante da pior crise hídrica dos últimos 90 anos, o Operador Nacional do Sistema Elétrico alertou nesta quinta-feira (26) que a geração de energia não será suficiente para atender a demanda do país a partir de outubro.
Para evitar o risco de apagão, segundo o ONS, o Brasil precisa aumentar a oferta em mais de 5 gigawatts – o que equivale a 7,5% da carga atual.
Entre as medidas que podem ser adotadas estão: importar energia de países como Argentina e Uruguai e colocar em operação mais usinas termelétricas – que são mais caras.
Em transmissão pela internet, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que as hidrelétricas “podem parar” e pediu que a população economize energia.
Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, – que já havia perguntado “qual é o problema de a energia ficar mais cara” – avisou que a conta de luz vai subir ainda mais e afirmou que “não adianta ficar sentado chorando”.
Na terça-feira da semana que vem (31), a Agência Nacional de Energia Elétrica se reúne para discutir um novo reajuste de até 50% na chamada bandeira vermelha 2 na conta de luz – a mais alta.
O Ministério de Minas e Energia, por outro lado, deve detalhar nos próximos dias o programa que vai dar descontos para quem reduzir o consumo durante a crise hídrica.
REPRESA DE FURNAS
A Represa de Furnas, que abastece a hidrelétrica em São José da Barra (MG), registra o menor volume em duas décadas.
De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema, o volume útil atual da represa é de 18,3%.
Em 2001, quando o Brasil passou por um racionamento de energia, o volume da represa chegou a menos de 13%.
No ano passado, nesse mesmo período, o volume registrado era de 49,1%.
Em nota, a Usina de Furnas afirma que segue operando normalmente com uma geração média de 37% da capacidade instalada. O reservatório da hidrelétrica está na elevação de quase 755 metros, o que representa um volume útil de 18%.