A operação que mira Jair Bolsonaro teve relação com a delação de Mauro Cid, de acordo com fontes da Polícia Federal.
O tenente-coronel afirmou que o ex-presidente teve envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado depois de não aceitar o resultado das eleições de 2022. Cid fez as afirmações em uma delação premiada em setembro de 2023.
O tenente-coronel disse que cumpriu ordens do ex-chefe do Executivo para fraudar o cartão de vacina contra a Covid-19 e vender as joias dadas de presente ao governo brasileiro por autoridades estrangeiras.
Mauro Cid foi liberado da prisão, mas ainda aguarda usufruir de outros benefícios. Eles podem incluir até mesmo um perdão judicial.
Os agentes afirmam que a delação tem tido resultados há alguns meses. A operação intitulada como Tempus Veritaris seria o maior até agora.
Cid cumpriu uma rígida rotina de recolhimento domiciliar e estava preso há quatro meses quando saiu por decisão de Alexandre Moraes enquanto aguardava investigações sobre Bolsonaro.
Entretanto, o ministro do Supremo Tribunal Federal determinou que, após a liberdade, ele usasse uma tornozeleira eletrônica, fosse também semanalmente à Justiça e cumprisse recolhimento noturno e aos finais de semana.
A delação é um acordo com acusado: ele colabora com as investigações, abrindo mão do direito de silêncio, e, em troca, recebe uma vantagem que pode variar com o grau dos depoimentos. Ou seja, quanto mais informações o delator prestar, mais benefícios podem ser concedidos.