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Operação da PF contra narcotráfico prende 28 e bloqueia R$ 1 bi de investigados

Organização criminosa enviava toneladas de cocaína para a Europa por meio do Porto de Paranaguá

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Operação da PF contra narcotráfico prende 28 e bloqueia R$ 1 bi de investigados
Foto: Reprodução

Pelo menos 28 pessoas foram presas em uma operação conjunta da Polícia Federal, Polícia Civil e Receita Federal, deflagrada na manhã desta quinta-feira (04) contra o tráfico internacional e interestadual de drogas através do Porto de Paranaguá, no Paraná.

A operação "Downfall" cumpriu 117 ordens judiciais, sendo 30 mandados de prisão preventiva e 87 de busca e apreensão.

Os agentes também atuaram nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Goiás e Espírito Santo.

De acordo com a Polícia Civil, foram decretadas medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores e aplicações financeiras em mais de R$ 1 bilhão.

A PF afirma que a organização criminosa dispõe de uma estrutura logística para operacionalizar as ações de narcotráfico interestadual e internacional, com produção de droga no exterior, ingresso e transporte dentro do Brasil, além da preparação e envio de cocaína pelo mar.

A droga produzida pelo grupo tinha como principal destino os portos da Europa. Segundo as investigações, os crimes ocorriam com maior regularidade na região de Paranaguá, onde eram exportadas grandes quantidades de cocaína.

O grupo ocultava a droga em cargas lícitas, dentro de refrigeradores de contêineres, e contratavam mergulhadores para inserir a droga em compartimentos submersos dos navios.

A investigação indicou, ainda, que o lucro da organização criminosa era usado para investimentos como compra de aeronaves, barcos, empresas, imóveis, armas e munições.

O crime de lavagem de dinheiro também foi investigado pela operação, como o investimento no setor imobiliário no litoral de Santa Catarina, com aquisição de apartamentos de alto padrão e financiamento de outros empreendimentos.

As construtoras e empresas do setor envolvidas no esquema também foram alvos da ação, pois, de acordo com a investigação, há suspeita de negócios jurídicos fraudulentos e não declarados. Também ficou constatado o pagamento de imóveis de luxo com altas quantias de dinheiro em espécie.

A polícia também identificou crimes de homicídio e o aumento de violência relacionado à disputa pelo controle do tráfico de drogas em Paranaguá.

Ainda de acordo com os investigadores, o principal responsável pelos crimes - que não teve a identidade revelada - tem extensa ficha criminal, e é suspeito de financiar mortes de integrantes de grupos rivais.

O homem ficou foragido por cinco anos, mas foi preso em 2021 em uma clínica de cirurgia plástica em São Paulo, onde tentou passar por procedimentos estéticos para alterar as feições do próprio rosto.