Operação contra tráfico de armas dos EUA para o Brasil é realizada

Policiais federais e agentes americanos cumprem sete mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão no RJ

Rádio BandNews FM

Alvos vão responder pelos crimes de tráfico internacional de armas Foto: Divulgação/PF
Alvos vão responder pelos crimes de tráfico internacional de armas
Foto: Divulgação/PF

Uma organização criminosa, que atua no tráfico internacional de armas dos Estados Unidos para o Brasil, é desarticulada em uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.  

O policial militar reformado Ronnie Lessa, preso pela morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, é um dos investigados.  

Preso na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, ele foi alvo de um dos três mandados de prisão preventiva cumpridos até o momento.

Cinquenta policiais federais, membros do Gaeco do MPF e agentes americanos cumprem sete mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão no Rio de Janeiro, no Mato Grosso do Sul e em Miami, com apoio da Agência de Investigações de Segurança Interna da Embaixada dos Estados Unidos.

A Operação Florida Heat identificou, ao longo de cerca de dois anos de investigação, a existência de um grupo responsável pela aquisição de armas de fogo, peças, acessórios e munição nos EUA para envio ao Brasil.

O armamento chegava por rotas marítimas (contêineres) e aéreas (encomenda postal) pelos estados do Amazonas, São Paulo e Santa Catarina.  

O destino final era uma casa em Vila Isabel, no Rio de Janeiro.  

Na maioria das vezes, o material era acondicionado dentro de equipamentos como máquinas de soldas e impressoras, que eram despachados juntamente a outros itens como telefones, equipamentos eletrônicos, suplementos alimentares, roupas e calçados.

Do endereço na Zona Norte da capital fluminense, as peças eram retiradas pelos integrantes da quadrilha responsáveis pela usinagem e montagem do armamento, com auxílio de impressoras 3D, que posteriormente eram distribuídos para traficantes, milicianos e assassinos de aluguel.

O dinheiro para a compra do armamento era enviado do Brasil para os EUA através de doleiros.  

Um brasileiro, dono de churrascarias em Boston, recebia parte desse dinheiro e repassava para os alvos residentes nos EUA, de acordo com as investigações.

O grupo investia o dinheiro adquirido com o tráfico de armas em imóveis residenciais, criptomoedas, ações, veículos e embarcações de luxo.  

Além dos mandados de prisão, a Justiça decretou o sequestro de bens, avaliados em cerca de R$ 10 milhões.  

Ao longo da investigação, foram apreendidos milhares de armas, peças, acessórios e munições de diversos calibres, tanto no Brasil, quanto nos EUA.  

Os alvos vão responder pelos crimes de tráfico internacional de armas, organização criminosa e lavagem de capitais.

O nome da operação faz referência ao estado americano de onde as armas eram enviadas ao Brasil pelo grupo criminoso.