A Organização Mundial da Saúde e especialistas consideram precipitado o planejamento da Espanha em tratar a pandemia de Covid-19 como uma doença endêmica. Uma discussão sobre a volta da normalidade sem as restrições para impedir a disseminação do coronavírus foi iniciada no país após a apresentação da vontade do governo.
A Espanha enfatiza que o coronavírus é um vírus que continuará a circular no ambiente, tal qual a Influenza. Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (19), o presidente espanhol, Pedro Sánchez, reiterou que o país trabalha com a comunidade científica para, quando chegar o momento, "passar da gestão da pandemia para a gestão de uma doença que esperamos que a ciência possa tornar endêmica".
O avanço da variante Ômicron ao redor do mundo não causou tantas mortes e internações como a delta, mas o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta quarta-feira (19) que a pandemia de Covid-19 "não está nem perto do fim".
“A Ômicron continua varrendo o planeta. Não se enganem, ela causa hospitalizações e mortes, e, mesmo os casos menos graves, estão enchendo as unidades de saúde”, alertou Adhanom para, em seguida, destacar: “Com o incrível crescimento global da Ômicron, novas variantes, provavelmente, surgirão, e é, por isso, que o rastreamento permanece crítico”.
A fala ocorre no momento em que países ao redor do globo registram recordes de casos notificados diariamente, como a França e o Brasil.
Mesmo com a expectativa de que, no início de 2022, a pandemia pudesse ter uma condição de endemia – doenças presentes na sociedade, mas que são sazonais e não causam sobrecarga dos sistemas de saúde -, os integrantes da OMS alertam que doenças endêmicas ainda continuam infectando pessoas e causando óbitos ao redor do mundo.
A Espanha tem uma das maiores taxas de vacinação no mundo, com 90,5% da população, acima de 12 anos, totalmente imunizada.