Oito meses depois, STF inicia julgamentos sobre o 8 de Janeiro

São mais de 1300 acusados de participação nas invasões às sedes dos Três Poderes, em Brasília

Rádio BandNews FM

Oito meses depois, STF inicia julgamentos sobre o 8 de Janeiro
Expectativa é de que esses julgamentos tenham forte carga simbólica
Foto: Agência Brasil

O plenário do Supremo Tribunal Federal começa a julgar nesta quarta-feira (13) os mais de 1300 acusados de participação nas invasões do 8 de Janeiro oito meses depois dos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Esse julgamento ocorre nas vésperas da aposentadoria da presidente do STF, a ministra Rosa Weber, que convocou sessões extras, ao longo da semana, para que ela pudesse participar da análise deste caso. 

Os primeiros julgados são Aécio Lúcio Costa Pereira, que teria atuado na destruição das instalações do Congresso Nacional, mas negou ter provocado dano ao patrimônio e de ter usado de violência em depoimento.

Thiago de Assis Mathar, que teria sido um dos responsáveis pela destruição no Palácio do Planalto, chegou a dizer que não tinha intenção de dar golpe ou depor o governo eleito, mas apenas manifestar o próprio descontentamento.

Os outros são Moacir José dos Santos, que também teria participado da invasão, mas que negou ter praticado violência contra policiais ou membros de força de segurança, destacando não ter danificado nenhum bem.

Por último, Mateus Lima de Carvalho Lázaro, que foi preso depois de deixar o Congresso, negou que teria cometido crimes e disse que a intenção era se manifestar de forma pacífica.

A expectativa no Supremo é de que esses julgamentos tenham forte carga simbólica, com duros recados, e termine com punições exemplares, inclusive com penas que ultrapassem 30 anos de prisão. 

Eles podem responder pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, além de deterioração de patrimônio tombado.

As denúncias foram feitas pela PGR e citam crimes que foram estabelecidos a partir de uma norma de 2021, que reformulou a Lei de Segurança Nacional.

Agora, os ministros avaliam se condenam ou não esses réus.