Oinegue: que tal um cargo em Paris ganhando feito embaixador?

Funcionários da Receita Federal no exterior recebem altos salários; jornalista e âncora da BandNews FM questiona os excessivos gastos públicos

BandNews FM

O âncora do BandNews No Meio do Dia e do Jornal da Band, Eduardo Oinegue, fala sobre a criação de cargos públicos no exterior com altos salários em funções desconhecidas por grande parte da população. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revogou a criação de cargos de adidos tributários e aduaneiros em embaixadas brasileiras no exterior. A decisão foi divulgada nesta segunda-feira (02), no Diário Oficial. As funções foram criadas em dezembro de 2022, durante a gestão Bolsonaro.

Eduardo Oinegue destaca que esse grupo de funcionários, que trabalha em território estrangeiro, recebe salário de “embaixadores”. Além dos servidores da Receita, também existem os custos com os 40 agentes da Polícia Federal em solo internacional e os 30 empregados da Agência Brasileira de Inteligência no exterior.

Ele enfatiza que a existência desses cargos não é o grande problema, mas sim a sociedade não fazer parte dessa discussão e, na maioria dos casos, sequer saber da presença desses gastos.

Oinegue faz uma analogia entre a gestão de uma empresa e o Estado brasileiro. Ele explica que, assim como em um negócio, na política é essencial que os gestores tenham consciência dos valores recebidos e dos gastos, no intuito de manter o equilíbrio. O jornalista ressalta que o Estado, entretanto, não é feito para dar lucro, mas para investir o dinheiro “que sobra”, no social, em melhorias e em obras públicas.

O jornalista aponta que a ação de Haddad mostra também desconhecimento, já que é impossível que ele tenha feito estudos sobre a viabilidade desses cargos após apenas um dia como ministro. “A extinção é feita com o mesmo critério que a criação, e aí a gente tem cargos e mais cargos em um Estado que é um elefante, um Estado disfuncional. A gente não sabe o serviço que o Estado presta e nem como a gente recorre a esse serviço”, afirma Oinegue.

Eduardo Oinegue chama atenção para como o poder público incita a desigualdade no Brasil, tirando verbas que poderiam ir para investimento e destinando para a elite financeira e empresarial. Isso ocorre, segundo ele, inclusive quando o governo decide quem serão os funcionários a receber salários altos no exterior.