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Oinegue: Moraes palestrou em evento de grupo condenado por kit-Covid

UniAlfa é parte do grupo goiano José Alves que, entre outras atividades, tem a farmacêutica Vitamedic, punida por divulgar fake news

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Oinegue: Moraes palestrou em evento de grupo condenado por kit-Covid
Reprodução: STF

A agressão sofrida na Itália pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, na última sexta-feira (14), ocorreu quando ele retornava de um evento organizado por uma faculdade que pertence a um grupo condenado por disseminação de fake news. A Polícia Federal realizou, nesta terça-feira (18), uma operação contra o casal acusado de agressão contra o filho do ministro.

Moraes foi dar uma palestra em um evento promovido por uma faculdade de Goiânia que faz parte de um grupo condenado em maio por financiar a divulgação de notícias falsas. A farmacêutica do conglomerado defendeu medicamentos do kit covid, como ivermectina e cloroquina. No mesmo processo, foi condenada a indústria farmacêutica do mesmo grupo, que ganhou R$ 500 milhões vendendo ivermectina.

A palestra ocorreu na Universidade de Siena. O evento foi promovido pela faculdade UniAlfa, de Goiânia, que tem dois cursos de Direito. Alexandre de Moraes integrava uma lista de 31 palestrantes convidados. 20 eram do Brasil, sendo 11 da própria UniAlfa. A UniAlfa é parte do grupo goiano José Alves que, entre outras atividades, tem uma indústria farmacêutica, a Vitamedic.

Na pandemia, o carro chefe da Vitamedic foi a ivermectina, que o ex-presidente Jair Bolsonaro promovia junto com a cloroquina para o tratamento da Covid. No ano anterior à pandemia, a Vitamedic vendeu R$ 15 milhões em ivermectina. Na pandemia, vendeu quase 30 vezes mais, perto de R$ 500 milhões.

Pouco mais de 15 dias antes da palestra do ministro, a Vitamedic e a UniAlfa foram condenadas  por danos morais coletivos à saúde pela Justiça Federal no Rio Grande do Sul juntamente com um grupo de médicos que se intitulava "Médicos Pela Vida". Esses médicos publicaram um manifesto em favor do kit Covid.

A Vitamedic e a UniAlfa estavam por trás da publicação, que custou R$ 700 mil. O grupo tomou uma multa de R$ 55 milhões.

O diretor da Vitamedic foi chamado a depor na CPI da Pandemia. Os senadores pediram a quebra do sigilo telefônico e fiscal do presidente do grupo, evitada por um mandado de segurança impetrado no Supremo.