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Oinegue: Alckmin espremido por dois petistas graúdos

Reindustrialização do Brasil depende mais de outras pastas do que do ministério comandado pelo vice-presidente, avalia Eduardo Oinegue

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O âncora do BandNews No Meio do Dia e do Jornal da Band, Eduardo Oinegue, fala sobre como outros atores do governo influenciam mais do que o próprio ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, na retomada do setor industrial.

“Por incrível que pareça, todos os países mais importantes do mundo, todos eles, o PIB industrial, ou seja, a fatia da economia do país, que era representada pela indústria está menor hoje do que estava há 20, 30, 40 anos. Mas, no Brasil, isso virou algo pandêmico, muito mais complicado do que em outros países.”, avalia Oinegue.  

Para ele, a discussão envolvendo esse problema tem sido feita de forma descuidada. A industrialização, segundo o jornalista, depende de um processo de seleção natural e não artificial: para alcançar sucesso no mercado, várias empresas quebram. “É assim que funciona o capitalismo”, destaca.

O âncora explica que, para a reindunstrialização brasileira ocorrer, é necessário mais do que criar um ministério. “Não há a menor possibilidade de o Brasil se reindustrializar porque agora temos Geraldo Alckmin ou quem quiser. Não é assim que funciona. Precisamos fazer com que milhares de empresários resolvam empreender, resolvam apostar em suas indústrias, para que uma parte deles chegue ao sucesso.”

Ele ressalta que o sucesso desses empreendimentos exige boas condições, algo que, no momento, o governo brasileiro não oferece.

Eduardo Oinegue esclarece que o vice-presidente e ministro, Geraldo Alckmin, tem sua atuação limitada por dois petistas influentes, que controlam eixos centrais de decisão: Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.

Ele explica que, apesar das dificuldades, é possível realizar avanços. Oinegue avalia que a retomada da industrialização é um ponto central para o crescimento do país, já que é nesse setor que estão os melhores empregos, o maior investimento em ciência e tecnologia e o maior pagamento de tributos.

O jornalista afirma que todas as ações necessárias para essa transformação estão nas mãos de outros ministérios, como o da Fazenda, que precisa colocar em prática a reforma tributária.

“Não há a menor chance de dar certo se o Estado não sair do pescoço do empresário brasileiro, seja grande ou pequeno.”, finaliza Oinegue.