O âncora do BandNews No Meio do Dia e do Jornal da Band, Eduardo Oinegue, analisa a atitude do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de chantagear o governo, caso o presidente do Incra não seja trocado e as desapropriações não comecem.

Segundo reportagem do jornal O Globo, o grupo está insatisfeito com a demora na indicação do novo presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). O atual presidente é o mesmo do governo Bolsonaro.

O órgão é subordinado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e responsável pelo programa de distribuição de terras.

Oinegue lembra que o movimento não tem o direito de querer decidir quem deve ocupar qualquer cargo do governo.

Segundo um dos coordenadores do MST, entrevistado pelo jornal, o plano é retomar as invasões a propriedades privadas caso o Planalto não troque o presidente do Incra até abril.

Para o jornalista, a situação é preocupante e acende um alerta: “Mais do que desordem, trata-se de um caso de chantagem e ameaça. Cadê o ministro da Justiça Flávio Dino? Estamos diante de uma ameaça de cometimento de crime, que tal o Flávio Dino mandar investigar isso? Ele não vai fazer nada? A simples ameaça deve ser investigada”.

Oinegue ressalta que o movimento critica o que funciona no campo, que é o agronegócio exportador, e defende o que não funciona, que é justamente a reforma agrária.

O âncora chama a atenção para um absurdo: os assentamentos no Brasil ocupam quase 90 milhões de hectares, enquanto toda a agricultura nacional ocupa 75 milhões de hectares. Ou seja, mais área. E, mesmo numa área maior, produzem muito pouco — e oferecem aos assentados uma qualidade de vida lamentável.