Desde dezembro do ano passado, uma série de bloqueios tem ocorrido na Ponte do Jaguaré para a realização de obras. Porém, desde a última semana, o deslocamento entre as avenidas Queiróz Filho e Jaguaré piorou para os pedestres.
Nos dois sentidos, a área está interditada para a execução das obras de recuperação estrutural da ponte, sem nenhuma segurança para os pedestres.
O motorista Maurício Colomera relata que se assusta com a quantidade de pessoas caminhando ao lado de carros, ônibus e outros veículos.
"As pessoas estão passando pela faixa de rolamento. Há uma placa indicando que o passeio está interditado, e as pessoas estão andando na rua, em cima da ponte. Fiquei perplexo ao ver isso, porque não é normal. Deveria haver uma faixa de pedestres e um caminho seguro, mas não tem", diz o ouvinte.
Há três meses, a Central de Ouvintes mostrou que motoristas gastavam o dobro do tempo para fazer o trajeto entre as avenidas Queiróz Filho e Jaguaré. Diariamente, a produção recebe reclamações sobre a piora do trânsito, mas, nos últimos dias, os pedestres têm sido os mais prejudicados.
Atualmente, há apenas uma sinalização no sentido Jaguaré-Centro, orientando as pessoas a utilizarem a faixa de pedestres como alternativa. O morador Rafael Leocádio afirma que essa é a única informação na região e que a faixa fica a pelo menos 100 metros da interdição.
"A pessoa que não conhece o bairro pode não saber onde fica essa faixa, pois não há orientação suficiente. Apenas uma placa indica que os pedestres devem utilizá-la. Quem passa pela ponte e vê a sinalização, que está posicionada em um único sentido, pode não encontrá-la sozinha por não saber onde ela está. Outro dia, ajudei uma senhora", conta Leocádio.
Em nota, a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) informou que, ainda nesta semana, o passeio da Ponte do Jaguaré estará livre para a passagem de pedestres.
A previsão, segundo a pasta, é de que o reparo esteja totalmente concluído em dezembro deste ano. De acordo com a Prefeitura, estão sendo investidos 44 milhões e 200 mil reais nas intervenções.
Os trabalhos incluem o reforço da estrutura, com aplicação de fibra de carbono, e, ao final da obra, a ponte receberá novo pavimento.
Quanto ao trânsito, a CET informou, em nota, que mantém uma faixa reversível ativa nos horários de pico e monitora a situação na região para garantir a fluidez e a segurança dos usuários. Os motoristas têm como alternativas a Avenida Escola Politécnica e a Ponte Cidade Universitária.
Segundo a companhia, não há registros de grande impacto na Politécnica em razão das intervenções. A lentidão ocorre apenas no acesso à Marginal Pinheiros, devido à geometria da via.