"O Auto da Compadecida 2”: veja entrevista com Selton Mello, Matheus Nachtergaele e Taís Araújo

A colunista de Cinema, Flávia Guerra, conversou com os protagonistas sobre o longa

Da Redação

Neste quinta-feira (26), a Rádio BandNews FM exibiu uma entrevista entre a colunista de Cinema, Flávia Guerra, e os atores Selton Mello, Matheus Nachtergaele e Taís Araújo, que integram o elenco do filme "O Auto da Compadecida 2”, produção que estreou ontem nos cinemas brasileiros.

“Nossos roteiristas são geniais e 25 anos depois, eles têm muito pano na manga para entregar. O roteiro já era muito emocionante desde o início. Foi desafiador porque a gente é apegado ao primeiro. Por outro lado, é libertador, porque é outro filme. Tem que devolver para as pessoas aquilo que elas amaram, mas trazer novas tintas”, diz Nachtergaele sobre atuar no novo filme. 

Thaís Araújo falou sobre a expectativa para o longa: “Eu estava com muito medo no início. Mas escuto as pessoas falando tanto, saindo emocionadíssimas com o filme, que agora a minha expectativa está lá no alto. Acho que aquele roteiro que li, que achei brilhante, é de fato brilhante e toca o coração das pessoas”, considera. 

Os protagonistas falaram da importância de equilibrar o drama com a comédia: “Tem uma caminhada no sentido do que é a religião, de como ela é representada. Tem, por exemplo, o Chicó que era mentiroso, engraçado, frouxo e danado, passando a ser um cara que é poeta e homem de uma mulher só. Eles amadurecem e a gente anda um pouco com a história”, completa o ator, que ainda garantiu que a continuação é uma celebração. 

Selton e Matheus abriram o jogo sobre a convivência: “A gente ficou preservado com essa dupla, nem foi tão intencional, mas foi. A vida foi indo, e a gente foi fazendo cada um a sua história, sempre admirando o outro, como aquele amigo, irmão, que vê de longe, mas vê com atenção”, disse Mello. 

Contudo, ele explicou que a vida imita a arte. “No filme, há um reencontro de João Guerreiro e Chico Alves e na realidade, também é um reencontro da gente. Vida imitando a arte — porque a gente convive muito mais com o João Guerreiro e Chico Alves, do que com o Selton e o Matheus”, completou o intérprete de Chicó. 

Matheus ainda comparou o ar infantil e lúdico dos protagonistas de “O Auto da Compadecida 2” com o perfil dos brasileiros e fez uma crítica: “Para você manter um povo trabalhando em situação quase escrava, para você poder pagar muito mal o povo durante muito tempo, há que se infantilizar, entende? Há que se infantilizar esse povo, senão você não consegue domínio. A gente ainda sente isso no Brasil, a maioria de nós ainda ganha a vida uma vez por dia, a cada dia que acorda tem que ganhar a vida de novo, isso faz você infantil, isso faz você refém”, completa. 

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