Número de voluntários para auxiliar na crise humanitária em Roraima cresce 700%

Universidade Federal do Amazonas iniciou cadastro para enviar médicos, enfermeiros e nutricionistas na região

Rádio BandNews FM

A situação já vitimou 99 crianças somente em 2022.
Foto: Reprodução/Força Aérea Brasília

O número de médicos e enfermeiros voluntários para auxiliar na crise sanitária no território Yanomami cresceu 700%. Somente entre domingo (22) e esta segunda-feira (23), mais de 19,4 mil profissionais se cadastraram no banco de voluntários da FN-SUS. Cerca de 16 mil a mais que o registrado até dezembro do ano passado (2.502).

Nesta segunda, profissionais da Força Nacional do SUS chegaram em Roraima, onde prestarão serviços na Casa de Saúde Indígena e no hospital de campanha que está sendo montado pelo Exército.

A Universidade Federal do Amazonas também mobilizou a comunidade acadêmica para o voluntariado na Força Nacional. O cadastro para os alunos e docentes é permanente e há a possibilidade de convocações em eventuais futuras missões.

Os voluntários já convocados prestarão atendimento direto aos pacientes localizados na Casa de Saúde Indígena Yanomami e assistência no hospital de campanha do Exército. A equipe é composta por médicos, enfermeiros e nutricionistas que atuarão de acordo com suas especialidades.

A iniciativa é do Governo Federal, após decretar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) na região.

Nesta terça (24), o secretário Especial de Saúde Indígena, Ricardo Tapeba, se manifestou sobre a a situação e afirmou que a crise se assemelha a cenários de guerra. Tapeba está em Roraima desde segunda-feira (23) e avaliou que, para combater a crise, é necessário retirar pelo menos 20 mil garimpeiros que atuam na região.

A situação já vitimou 99 crianças somente em 2022, em decorrência de desnutrição, malária e intoxicação alimentar devido ao garimpo ilegal e contaminação por mercúrio.

De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, desde os trabalhos da equipe de transição, haviam denúncias da situação de abandono e desassistência, o que foi confirmado pelo trabalho de servidores do Ministério da Saúde destacados para fazer o levantamento do quadro.

O Ministério Público Federal apontou "omissão do estado" como razão da crise humanitária enfrentada pelos Yanomami.

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