O número de médicos e enfermeiros voluntários para auxiliar na crise sanitária no território Yanomami cresceu 700%. Somente entre domingo (22) e esta segunda-feira (23), mais de 19,4 mil profissionais se cadastraram no banco de voluntários da FN-SUS. Cerca de 16 mil a mais que o registrado até dezembro do ano passado (2.502).
Nesta segunda, profissionais da Força Nacional do SUS chegaram em Roraima, onde prestarão serviços na Casa de Saúde Indígena e no hospital de campanha que está sendo montado pelo Exército.
A Universidade Federal do Amazonas também mobilizou a comunidade acadêmica para o voluntariado na Força Nacional. O cadastro para os alunos e docentes é permanente e há a possibilidade de convocações em eventuais futuras missões.
Os voluntários já convocados prestarão atendimento direto aos pacientes localizados na Casa de Saúde Indígena Yanomami e assistência no hospital de campanha do Exército. A equipe é composta por médicos, enfermeiros e nutricionistas que atuarão de acordo com suas especialidades.
A iniciativa é do Governo Federal, após decretar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) na região.
Nesta terça (24), o secretário Especial de Saúde Indígena, Ricardo Tapeba, se manifestou sobre a a situação e afirmou que a crise se assemelha a cenários de guerra. Tapeba está em Roraima desde segunda-feira (23) e avaliou que, para combater a crise, é necessário retirar pelo menos 20 mil garimpeiros que atuam na região.
A situação já vitimou 99 crianças somente em 2022, em decorrência de desnutrição, malária e intoxicação alimentar devido ao garimpo ilegal e contaminação por mercúrio.
De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, desde os trabalhos da equipe de transição, haviam denúncias da situação de abandono e desassistência, o que foi confirmado pelo trabalho de servidores do Ministério da Saúde destacados para fazer o levantamento do quadro.
O Ministério Público Federal apontou "omissão do estado" como razão da crise humanitária enfrentada pelos Yanomami.