A ONU disse nesta terça-feira (10) que os números oficiais de mortes na guerra entre Rússia e Ucrânia está subnotificado. Em coletiva na sede das Nações Unidas em Genebra, na Suíça, a organização calcula que as vítimas passam dos milhares. Oficialmente, as autoridades afirmam ser 3.381 civis mortos no conflito.
A chefe da Missão de Monitoramento de Direitos Humanos da ONU na Ucrânia, Matilda Bogner, afirmou que Mariupol, cidade portuária muito atacada pelas tropas de Vladimir Putin, se tornou um “buraco negro” por conta da dificuldade de acesso e de se obter informações confiáveis sobre a situação na região.
Segundo o monitoramento, a maior parte das mortes registradas em solo ucraniano foram causadas por armas explosivas, como mísseis e ataques aéreos.
Bogner disse que os observadores da ONU apuram “alegações confiáveis” de torturas, maus-tratos e execuções de forças ucranianas contra as forças russas, mas apontou que os relatos são menores do que os relatos de torturas e crimes de guerra que teriam sido cometidos pelo Exército da Rússia.
Cerca de 55 monitores externos estiveram em solo ucraniano para monitorar a situação e redigir o relatório apresentado.
As investigações ainda são preliminares e devem avançar nos próximos meses.
Mais de 5 milhões de refugiados já deixaram a Ucrânia desde o início do conflito, de acordo com a ONU.
A guerra está no 76º dia de conflito e não tem previsão de um cessar-fogo imediato.