O levantamento divulgado nesta terça-feira (8) pela organização Todos Pela Educação aponta que o número de crianças entre 6 e 7 anos sem saber ler e escrever cresceu mais de 60% durante a pandemia. O total passou de 1,4 milhão em 2019 para mais de 2,3 milhões em 2021.
Em termos porcentuais, a quantidade de crianças não alfabetizadas subiu de 25,1 para 40,8% nos últimos dois anos, o maior nível desde 2012. Entre as famílias mais pobres, a alta foi ainda maior, de 33,6 para 51%; entre as mais ricas, cresceu de 11,4 para 16,6%.
Na nota divulgada pelo instituto, o líder de políticas educacionais, Gabriel Corrêa, os governos estaduais precisam adotar medidas mais intensas: “os efeitos são graves e profundos, então não serão superados com ações pontuais. As Secretarias de Educação precisam oferecer um apoio muito bem estruturado à gestão escolar e aos professores, que já estão com imensos desafios”.
A desigualdade entre as etnias também foi refletida na pesquisa. De acordo com os dados, 47,4% das crianças negras não foram alfabetizadas; o índice é de 44,5% entre as pardas. Já nas brancas o total é de 35,1%.