O ano de 2023 começou com um aumento no número de casos de dengue no Brasil. Em menos de dois meses, entre os dias 1º de janeiro e 18 de fevereiro, 158.310 casos prováveis de dengue foram registrados no país. O levantamento é da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
O número representa um aumento de 46,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 108.060 casos prováveis da doença.
A elevação nas notificações de arboviroses vale também para a chikungunya, com 24.959 casos prováveis neste início de 2023 - uma alta de 142%, mais que o dobro em relação ao período inicial do ano passado.
Uma nova vacina contra a dengue foi aprovada, na última quinta-feira (2), pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O imunizante Qdenga, da empresa Takeda Pharma Ltda, passou por um longo período de testes e apresentou resultados satisfatórios. Nos estudos, que incluíram mais de 28 mil crianças e adultos, a vacina preveniu 90,4% das hospitalizações 18 meses após a aplicação.
A Qdenga é a primeira vacina aprovada no Brasil para um público mais amplo, de 4 a 60 anos de idade, e independe de o indivíduo ter tido a doença antes ou não. O imunizante é composto por quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença, conferindo assim uma ampla proteção contra a dengue.
A Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) disse que a previsão é que o imunizante esteja disponível para comercialização pelos serviços privados a partir do segundo semestre de 2023. Ainda não há previsão de inclusão da vacina no Sistema Único de Saúde (SUS), mas o Ministério da Saúde afirma que a questão é tratada como prioridade.
O imunizante anterior, Dengvaxia, aprovado em 2015 e feito pela Sanofi, só era recomendado para quem já teve a doença e em um público de 9 a 45 anos de idade. Além disso, seria ministrado em três doses, enquanto a nova vacina será aplicada em duas doses.
Já os casos prováveis de Zika Vírus apresentaram queda, com 131 registros entre primeiro de janeiro e 18 de fevereiro deste ano, uma redução de 37,6% na comparação com os 210 casos prováveis notificados no mesmo período de 2022.