O novo primeiro-ministro do Reino Unido deve ser escolhido a partir de um cronograma que será divulgado na semana que vem. A expectativa é que o processo todo dure algumas semanas.
Até que o procedimento seja finalizado, Boris Johnson, que renunciou ao cargo nesta quinta-feira (07), vai continuar trabalhando como premiê. O conservador vinha sendo pressionado a deixar a função depois de mais um escândalo no governo, forçando a demissão de mais de 40 pessoas entre ministros e assessores.
Johnson foi acusado de ter nomeado o ex-secretário Christopher Pincher como líder no Parlamento mesmo após denúncias de assédio sexual contra o político.
Para o professor de Relações Internacionais da USP e especialista em política externa e integração regional na União Europeia Kai Lehmann, o novo primeiro-ministro do Reino Unido deverá enfrentar resistência dos membros do partido Conservador.
Em entrevista à BandNews FM, ele lembra que entre os desafios do próximo premiê estão problemas relacionados a um assunto antigo, o Brexit. Faltam dois anos para a próxima eleição no Reino Unido.
Ainda segundo o professor, a troca no comando do Reino Unido não deve trazer grandes modificações nas relações internacionais do país. Kai Lehmann afirmou que a saída de Boris Johnson não enfraquece, por exemplo, a posição britânica em relação à guerra na Ucrânia.
No cenário doméstico, no entanto, ele destaca que a gestão de Boris Johnson arranhou a imagem política do Reino Unido.
Nesta quinta, ao anunciar a renúncia em um pronunciamento em Downing Street, Boris Johnson disse estar triste por deixar o melhor emprego do mundo. Ele se comprometeu a garantir uma transição tranquila e afirmou estar orgulhoso do governo feito.