Novas cracolândias longe do centro de São Paulo foram apontadas nesta terça-feira (23) por ouvintes da BandNews FM. Atualmente, o principal ponto de venda e consumo de crack na cidade ainda está no entorno dos Campos Elíseos, na região central da cidade. No entanto, outras concentrações têm preocupado moradores e comerciantes, que reclamam de furtos e concentração de lixo.
Uma ouvinte que preferiu não se identificar relatou a sensação de insegurança causada por uma mini-cracolândia na altura do número 1.600 da Avenida Senador Teotônio Vilela, na zona sul. Uma situação parecida é descrita por outro ouvinte na Vila Leopoldina, na região oeste da cidade. Por lá, a concentração de usuários de droga tem aumentado na Avenida Doutor Gastão Vidigal, o que preocupa quem passa diariamente por essa área.
A insegurança causada pela concentração de usuários de droga em São Paulo é um desafio antigo das gestões públicas. A compra das câmeras com reconhecimento facial é uma das apostas da Prefeitura para tentar controlar as ocorrências policiais nesses pontos.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou, na segunda (22), que ofereceu à Prefeitura o apoio da Força Nacional de Segurança e da Polícia Federal para ajudar no combate à criminalidade. Ele participou de um evento do Grupo de Líderes Empresariais (Lide) em São Paulo e falou que entrou em contato com o prefeito há cerca de um mês. Segundo Dino, Ricardo Nunes teria dito que iria analisar a possibilidade e não teria respondido até agora.
A Secretaria Estadual de Segurança Pública afirma que tem atuado para combater o tráfico de drogas nas áreas das cracolândias. Com relação ao número de roubos na área da Avenida Senador Teotônio Vilela, os dados públicos mostram que, de janeiro a março, o número de furtos registrados no 48º DP de Cidade Dutra disparou de 83 para 624.
Na área da Avenida Doutor Gastão Vidigal, na Vila Leopoldina, foram 175 furtos em janeiro e 186 em março, último mês com os números publicados.
A BandNews FM procurou também a Prefeitura para comentar as ações adotadas com o objetivo de combater as novas cracolândias. Em nota, a gestão municipal admitiu a existência de outras concentrações de dependentes químicos e ressaltou que a formação de cenas de uso aberto de drogas é de caráter dinâmico. Sobre a região específica da Avenida Teotônio Vilela, a Prefeitura afirmou que acompanha as condições de saúde por meio de visitas dos agentes de saúde e agentes sociais.
Segundo a gestão municipal, na Avenida Doutor Gastão Vidigal, os usuários têm sido atendidos pela equipe do Consultório na Rua Lapa, que é responsável pelas ações de saúde em conjunto com o CAPS Álcool e Drogas da Vila Leopoldina.