A nova presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques, tomou posse nesta terça-feira (05), na Sede do banco, em Brasília, após o Ex-Presidente Pedro Guimarães ter pedido demissão por acusações de assédio sexual e moral.
Agora, Daniella tem duas missões principais, a de estancar a crise ocasionada pelas denúncias, dar continuidade às políticas de crédito, além de evitar maiores danos à imagem do governo e de Jair Bolsonaro em relação às mulheres.
A economista é ex-Secretária Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, e nos bastidores é considerada como braço direito do Ministro Paulo Guedes.
A ideia é que Daniella Marques também dê continuidade às políticas de crédito instituídas, alavancando o microcrédito e acelerando também as concessões de crédito imobiliário e agrícola.
Durante a cerimônia, o presidente Jair Bolsonaro agradeceu o trabalho e destacou confiar na gestão de Daniella Marques a frente da Caixa. “Não começa uma nova era, a Caixa continua, tem agora uma presidente, que é competente, que mostrou lá atrás o seu valor, que lutou, que se empenhou, é difícil a gente ver mulher na economia”, disse ele.
De olho na reeleição, Bolsonaro e Daniella Marques sabem que as medidas adotadas não são suficientes para reverter os danos causados, e nos bastidores a avaliação é de que somente com ações práticas será possível evitar a perda de votos.
Diante disso, a Caixa Econômica Federal lançou um canal exclusivo para mulheres que trabalham no banco denunciarem casos de assédio, trabalhando em três eixos: o de acolhimento, o da denúncia e o de sugestões.
Esse novo atendimento prevê serviço por telefone 24 horas, com equipe especializada, e as funcionárias podem ligar de qualquer número, estando presencialmente ou fora do prédio da Caixa.
Uma das estratégias do novo canal é concentrar a administração somente em mulheres indicadas pela nova presidente da instituição, já que os executivos da gestão anterior foram acusados de não adotarem postura isenta.
A Caixa Econômica e o ex-presidente Pedro Guimarães devem se manifestar, até o fim da semana, sobre os casos, e também devem ser apresentados números referentes às reclamações recebidas para o Ministério Público do Trabalho.