Os usuários do "X" - antigo Twitter - não devem ser afetados pelo fechamento do escritório da rede social no Brasil. A decisão anunciada pelo dono da empresa atinge somente os funcionários da parte jurídica no país. Quarenta foram demitidos só neste fim de semana.
Segundo o empresário Elon Musk, o encerramento das operações em território nacional é uma resposta a determinações do Supremo Tribunal Federal. Em nota, o bilionário sul-africano classificou como censura as ordens do ministro Alexandre de Moraes para bloquear contas na rede social.
Um dos perfis atingidos é do senador Marcos do Val (PL), investigado por disseminação de conteúdo antidemocrático. O comunicado diz, ainda, que Moraes teria ameaçado prender o representante legal do X no Brasil em caso de descumprimento da ordem. Além de aumentar a multa diária de R$ 50 mil para R$ 200 mil.
O especialista em tecnologia, Arthur Igreja, explica que a decisão de Elon Musk não afeta os usuários da rede no momento. No entanto, nada impede o empresário de tomar uma decisão mais radical.
"Afinal de contas, a empresa se tornou de capital fechado. É uma empresa que tem controle, que depende, fundamentalmente, das decisões dele. Então, se chegar num extremo e ele decidir interromper o funcionamento temporariamente, ou de forma definitiva, isso pode acontecer. Não há nada que restrinja esse tipo de coisa", disse.
O especialista também avalia que a posição de Muks pode trazer efeitos colaterais para a empresa, como a queda de anunciantes. Por outro lado, pode aumentar o engajamento dos usuários da rede social, segundo Arthur Igreja.
"Acredito firmemente que pode criar uma fidelização ainda maior, frente aqueles que não olham o X, ex-Twitter, como uma plataforma como qualquer outra, mas identificam uma espécie de causa, de alinhamento, se inspiram muito na figura do Musk. Pode aumentar a fidelização, a defesa por parte desse público mais engajado".
O Supremo Tribunal Federal (STF) não se manifestou sobre o encerramento das operações do "X" no Brasil.