Na Espanha, Lula defende integridade territorial da Ucrânia e diz buscar paz

No último dia da viagem à Europa, o presidente brasileiro foi recebido pelo primeiro-ministro espanhol e defendeu uma reforma no Conselho de Segurança da ONU

BandNews FM

Na Espanha, Lula defende integridade territorial da Ucrânia e diz buscar paz
Na Espanha, Lula defende integridade territorial da Ucrânia e diz buscar paz
Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender a integridade territorial da Ucrânia e condenar a invasão russa ao país vizinho. O petista falou com a imprensa nesta quarta-feira (26) após se encontrar o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.

O presidente brasileiro cumpre agenda em Madri no último dia de um tour pelos países ibéricos. Ele chegou na última sexta-feira (21) a Lisboa para encontros bilaterais com autoridades portuguesas. Lula chegou à Espanha na terça-feira (25).

No Palácio de Moncloa, sede do governo espanhol, foram assinados memorandos entre os países.

Lula disse que não cabe a ele dizer se o território da Crimeia pertence à Ucrânia ou à Rússia. A península foi invadida por Putin em 2014 e um acordo de paz para colocar fim ao conflito iniciado por Moscou no ano passado passaria pela discussão do território da Crimeia, de acordo com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

O presidente brasileiro reafirmou que o Brasil condena a invasão da Ucrânia pela Rússia e disse que vai continuar trabalhando pela paz entre os dois países.

Há duas semanas, na China, Lula fez falas rebatidas pela comunidade internacional sobre a guerra e não condenou firmemente a Rússia pela invasão. O governo americano disse, inclusive, que o Brasil parecia chancelar o discurso do Kremlin.

O petista destacou que a prioridade é definir o fim dos conflitos e não posicionar quem é o dono do território: “Primeiro para a guerra, e depois vamos conversar. Cada um acha que tem razão, acha que pode mais, o dado concreto é que o povo está morrendo. E só tem um jeito, é parar para fazer o acordo".

Lula também disse que espera fechar ainda neste ano o acordo entre Mercosul e União Europeia. O documento está parado há mais de dez anos devido a discordâncias dos grupos e o presidente do Brasil defende a criação da cooperação entre os blocos como forma de impulsionar a economia.

No discurso, Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a visita à Espanha teve como foco construir “parcerias”, já que o país é o segundo que mais investe no Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos.

Essa é a primeira vez que ele vai à Europa no terceiro mandato.

O petista voltou a criticar a formação do Conselho de Segurança da ONU e defendeu uma reforma no órgão para tornar as discussões mais inclusivas e eficazes. Ele afirmou que a composição atual não é mais compatível com a geopolítica: "Por que a Espanha, o Brasil, o Japão, a Alemanha, a Índia, a Nigéria, o Egito, a África do Sul não estão? Quem é que determina, os vencedores da Segunda Guerra Mundial. Isso já faz muitos anos, a geografia do mundo mudou, a geopolítica mudou, a economia. Precisamos construir um novo mecanismo internacional que possa fazer coisas diferentes".