Mulheres poderão estudar em universidades do Afeganistão, já tomado pelo grupo extremista Talibã. A informação foi divulgada pelo ministro do Ensino Superior afegão.
Em coletiva de imprensa, Abdul Baqui Haqqani explicou que aulas mistas serão proibidas e que homens e mulheres serão separados: "As classes mistas são contrárias aos princípios do Islã e às nossas tradições".
Ainda na última semana, o novo governo formado já havia comunicado que permitiria o estudo às mulheres, desde que elas vestissem véu completo e que frequentassem aulas distintas dos homens.
Caso a aula tenha poucas alunas mulheres, elas ainda poderão participar da disciplina. Nesse caso, contudo, uma cortina deverá ser instalada para separar os dois sexos.
No ambiente universitário, a repercussão do comunicado foi negativa em sua maior parte. Faculdades afegãs apontam que não têm orçamento disponível para cumprir a decisão.
Agora, as instituições também temem perder os alunos para universidades estrangeiras, por conta da necessidade de separar homens e mulheres.
Ainda na última sexta-feira (10), a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) indicou o risco de uma possível "catástrofe geracional" que afetaria a educação, sobretudo, das mulheres e meninas afegãs.
Em relatório, o órgão reafirma a necessidade da preservação do direito à educação e alerta para a catástrofe que "afetará, negativamente, o desenvolvimento sustentável do país nos próximos anos".