Mulheres denunciam tentativa de dopagem em corridas por aplicativo em SP e no RJ

Polícias investigam os casos e o Ministério Público de SP acompanha apuração

Rádio BandNews FM

Polícia Civil abriu inquérito para investigar caso no Rio de Janeiro. Foto: Agência Brasil
Polícia Civil abriu inquérito para investigar caso no Rio de Janeiro.
Foto: Agência Brasil

As polícias de São Paulo e Rio de Janeiro apuram casos de mulheres que alegam terem sido vítimas de tentativas de dopagem ao utilizarem o serviço de transporte por aplicativo.  

A rádio BandNews FM teve acesso ao relato de duas passageiras que passaram por situações parecidas nas últimas semanas.  

Uma delas é Larissa Souza, de 33 anos, que, na madrugada do dia 21 de abril, por volta das 4 horas, pegou uma corrida com a plataforma Uber na capital paulista, saindo do Centro para ir ao bairro da Lapa, na zona oeste.  

Ela conta que começou a perceber um comportamento estranho do motorista assim que entrou no carro.  

“Quando ele fechou todas as janelas, vi ele pegando um potinho, um vidrinho transparente, com uma tampinha preta. Poderia ser um álcool 70%? Poderia ser um álcool 70%, mas nada parecia que era. Foi muito rápido. No que eu abri a janela, já senti um cheiro muito forte, de produto químico muito forte. Invadiu (o ambiente)”, relata.  

Larissa relata que pediu para o condutor parar o carro, ainda no Centro da capital. “Eu consegui descer na Rua Duque de Caxias, onde tinha um comércio. Desci correndo e consegui entrar nesse lugar.  

As pessoas perguntaram o que aconteceu e eu disse que ele tentou me dopar”, conta. O caso foi registrado na delegacia de Campos Elísios, que investiga a denúncia.  

Ainda em São Paulo, outra mulher, que preferiu não se identificar, relata história parecida ao utilizar a plataforma 99 Pop.  

Ela afirma que observou comportamento estranho do motorista durante a corrida. Mas que passou a ficar mais assustada quando percebeu que ele estava abrindo um frasco incolor. Em seguida, veio um cheiro forte.  

“Andei uns cinco minutos e o motorista começou com uns papos meio furados, olhando bastante para trás. Passaram uns dois minutos e ele fez um movimento, como se ele fosse arrumar alguma coisa no carro, no banco. Parece que ele soltou alguma substância”, diz.  

A passageira diz que chegou a passar mal dentro do carro, mas conseguiu sair.  “Na terceira vez, que espalhou mais o cheiro e eu já comecei a me sentir com a pressão baixa. Eu demorei para perceber”, afirma.  

No Rio de Janeiro, a 12º Delegacia de Copacabana recebeu o caso de uma mulher que saiu de São Conrado em direção à Barra da Tijuca. A passageira conta que o motorista teria afirmado que iria borrifar um spray, afirmando que era álcool.  

Ela diz que, em seguida, começou a passar mal após sentir um forte cheiro e começar a perder parte dos sentidos.  

De acordo com a Polícia Civil, um inquérito foi aberto para investigar o caso, que também é acompanhado pelo Juizado Especial Criminal.  

O Ministério Público de São Paulo diz que não apura as denúncias, mas que acompanha a investigação da polícia.

Confira a reportagem de Milena Teixeira: