O Ministério Público do Rio denunciou, nesta quinta-feira (14), dois policiais civis por homicídio doloso, quando há intenção de matar, e fraude processual, durante a operação no Jacarezinho, na Zona Norte, que terminou com 28 mortos.
A denúncia é referente apenas à morte de Omar Pereira da Silva. Segundo o MP, o crime foi praticado quando a vítima estava encurralada em um dormitório infantil, desarmada e já baleada no pé.
Segundo a ação penal, o policial responsável pelo disparo e outro agente, também denunciado, retiraram o cadáver do local antes da perícia de local de morte violenta.
A acusação aponta ainda que os policiais também foram responsáveis por inserir uma granada no local do crime. No registro da ocorrência em sede policial, apresentaram uma pistola e um carregador, alegando falsamente terem sido recolhidos junto à vítima.
A operação policial que ocasionou as mortes aconteceu em 6 maio de 2021 e foi a primeira incriminação contra agentes de segurança, em decorrência da ação policial, no mês em questão. O foco da ação era investigar o alistamento de menores em assassinatos e roubos e contou com apoio da Core, a tropa de elite da Polícia Civil.
A pasta afirma que, além de um policial, apenas criminosos foram mortos durante confronto, mas testemunhas afirmam que muitas das mortes foram execuções, ocorridas após o rendimento dos investigados.
A Secretaria de Estado de Polícia Civil afirma que o inquérito que apura o fato ainda está sendo finalizado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que acabou de receber do Ministério Público as oitivas de testemunhas e aguarda o laudo de confronto para encaminhar seu relatório final ao MP. Os policiais foram denunciados em procedimento próprio do Ministério Público, antes de finalizada a investigação no inquérito policial.
A Polícia Civil disse que só irá se manifestar após análise de todos os depoimentos e a chegada dos laudos periciais.