Um policial militar e um assessor da Assembleia Legislativa foram presos em uma operação do Ministério Público e da Polícia Rodoviária Federal do Rio contra sonegação fiscal e corrupção no transporte de combustíveis.
O esquema causou um prejuízo de R$ 1 bilhão aos cofres públicos em cerca de um ano de investigação. Outras seis pessoas também foram detidas.
Nesta sexta-feira (10), os agentes cumpriram 19 mandados de prisão e 38 de busca e apreensão.
29 pessoas foram denunciadas à Justiça. Uma delas é o policial militar Robson dos Santos. Ele se apresentou aos agentes durante a operação e foi preso.
Segundo a PM, ele foi transferido do Batalhão do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, para o Batalhão de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, nesta semana. A corporação não informou o motivo. De acordo com o MP, a Justiça decretou o afastamento do agente.
Vando Roberto Amorim da Cunha, assessor do deputado estadual Giovani Ratinho, também foi detido. Ele trabalhava na Barreira Fiscal, mas foi exonerado, antes de ser nomeado na Alerj, em 2019.
Vando foi preso em casa, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. De acordo com o Ministério Público, há suspeitas de que ele seja um funcionário fantasma.
Segundo as investigações, os acusados ameaçavam agentes da PRF e pagavam servidores da Barreira Fiscal do estado, para que liberassem a passagem de etanol, que era destinado a postos de combustíveis, de forma irregular.
A organização lucrava cerca de R$ 15 mil por caminhão e pagava até R$ 1.500 de propina.
A Justiça determinou o sequestro e arresto de todos os bens dos denunciados e das empresas que eles operam. Os mandados foram cumpridos na capital e em mais oito municípios do Rio, além de duas cidades em São Paulo. Pelo menos três carros de luxo e mais de R$ 200 mil em espécie foram apreendidos.
Essa é a segunda fase da Operação Desvio de Rota. A primeira etapa foi realizada em dezembro do ano passado. Cerca de três milhões de litros de etanol e 73 carretas foram apreendidas durante as investigações.
Procurada, a Polícia Militar não se pronunciou. A reportagem não conseguiu contato com a equipe do deputado Giovani Ratinho.