O Ministério Público de Paris recorreu nesta quinta-feira (27) da decisão judicial que inocentou a AirFrance e a Airbus de acusações na queda do avião que voava do Rio de Janeiro para a capital francesa e matou 228 pessoas em junho de 2009.
Os promotores franceses afirmaram que o intuito é garantir o “pleno efeito aos recursos previstos na lei” além de “submeter o caso a uma segunda instância de jurisdição”.
A Justiça da França absolveu, no início de abril, as duas empresas por homicídio culposo, alegando que embora tenham ocorrido "falhas", não foi possível demonstrar "nenhuma relação de causalidade" segura com o acidente.
Foi a primeira vez que o judiciário francês julgou empresas contra o crime de homicídio. As famílias das vítimas sustentam que falhas no avião resultaram no acidente e são contrários ao argumento de que falhas humanas provocaram a tragédia.
As investigações sobre o acidente concluíram que os pilotos não conseguiram retomar o controle da aeronave após receberem informações desencontradas sobre a velocidade do avião, por causa do congelamento das sondas externas do aparelho.
Apesar da absolvição, o Tribunal de Paris listou uma série de negligências tanto da Airbus, quanto da Air France, mas destaca que as ações não são capazes de responsabilizar as empresas pelo desastre.
O próprio MP, durante o julgamento, também afirmou que não havia como culpar as instituições.