O Ministério Público do Rio cumpre nesta quarta-feira (11) novos 24 mandados de busca e apreensão na Operação Calígula, que investiga o grupo de jogos de azar comandado pelo contraventor Rogério de Andrade e o filho dele, Gustavo. Nesta terça-feira (10), na primeira etapa da ação, delegados foram presos acusados corrupção policial.
Os promotores querem expandir a investigação contra Ronnie Lessa, ex-policial acusado de ser o executor da vereadora Marielle Franco, que seria sócio de Andrade em um bingo ilegal na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Até o momento, 14 pessoas foram presas. Entre os detidos está a delegada Adriana Belém. Os promotores encontraram 1,8 milhão de reais em espécie na casa da ex-titular da Delegacia da Barra. O delegado Marcos Cipriano também foi preso.
Segundo o promotor do Ministério Público Fabiano Concermeli, Cipriano intermediou um encontro entre Ronnie Lessa, com a então titular da Delegacia da Barra da Tijuca, Adriana Belém, e o inspetor Jorge Luiz Camillo Alves. A reunião terminou em um acordo que permitiu a retirada de quase 80 máquinas caça-níqueis apreendidas em uma casa de apostas do grupo criminoso, através do pagamento de propina.
Adriana Belém estava afastada da Polícia Civil e ocupava um cargo na Prefeitura do Rio. Ela foi exonerada da função na administração municipal após as denúncias.
Com o desdobramento da operação Calígula, o Ministério Público abre mais uma linha de investigação para a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes: a de que Rogério de Andrade, bicheiro foragido procurado pela Interpol, tem envolvimento no caso, já que ele e Ronnie Lessa têm uma relação muito estreita, montaram sociedade em 2018, ano em que a parlamentar foi morta, ambos abriram uma casa de apostas no Quebra-Mar, na Barra da Tijuca. Os Promotores alegam que os dois tinham respaldo de policiais civis e militares.
As evidências, no entanto, que ligariam Rogério ao assassinato da parlamentar são apenas suspeitas. A principal hipótese é que o contraventor saberia do assassinato, mas não que tenha participação no crime.