Os agentes do Gaeco, com o apoio das Polícias Militar e Civil, cumpriram 37 mandados de busca e apreensão, nesta quinta-feira (26), após o Ministério Público do Rio de Janeiro denunciar 17 policiais militares por envolvimento em grupos milicianos que atuam na Zona Oeste.
Segundo o MP, os agentes teriam cometido crimes de associação criminosa voltada para a prática de milícia, extorsão, comércio ilegal de armas de fogo e corrupção passiva.
Ainda de acordo com a denúncia, os policiais seriam informantes de milicianos que atuam na comunidade Bateau Mouche, no bairro da Praça Seca. Eles passavam informações privilegiadas sobre operações, negociavam a venda de armas e munições e atuavam como motoristas dos milicianos entre favelas.
Entre os denunciados estão oficiais e o coronel da Polícia Militar Marcelo Moreira Malheiros. Ele chegou a ser citado na investigação do MP que deflagrou uma primeira operação contra milicianos no Bateau Mouche em abril. Na época, cinco pessoas foram presas. Malheiros, que atuava na Diretoria-Geral de Pessoal, chegou a ser designado para assumir o Comando de Policiamento de Área da Região Sul Fluminense e Costa Verde, mas a nomeação foi adiada por causa da investigação.
A acusação também mostra diálogos em que milicianos indicam aos policiais os locais exatos para incursões. Um policial militar do Batalhão de Honório Gurgel, na Zona Norte, chega a informar que haverá "treino em outro ambiente", em referência a não haver operação policial nas áreas de atuação da milícia. O agente ainda completa dizendo que vai avisar um dia antes, em caso de ações programadas.
A Justiça Militar determinou a suspensão integral do exercício da função pública dos denunciados, a suspensão do porte de armas de fogo, entre outras medidas cautelares. Em nota, a PM disse que está apoiando e colaborando com a operação do Ministério Público.