O Ministério Público do Rio denuncia, nesta segunda-feira (29), o cônsul alemão Uwe Herbert Hahn por homicídio com dolo eventual - quando se assume o risco de matar - triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
O diplomata responde pelo assassinato do marido, o belga Walter Henri Maximilien Biot, no apartamento onde moravam em Ipanema, na Zona Sul, no dia 5 de agosto.
O órgão também pediu o restabelecimento da prisão preventiva de Uwe para garantir a instrução criminal, a aplicação da lei penal e a ordem pública. Na denúncia, o MP afirma que o denunciado nutria um "sentimento de posse" pela vítima, "subjugando-a financeira e psicologicamente" e que o belga sofreu "severo espancamento".
Ainda de acordo com a promotoria, Walter não pôde se defender pois estava com sua "capacidade de reação reduzida pela ingestão de bebida alcoólica e de medicação para ansiedade". O MP destaca que a pena é agravada já que o crime foi cometido contra cônjuge.
A promotora Bianca Chagas de Macêdo Gonçalves ainda se pronunciou sobre a suposta perda de prazo para oferecimento da denúncia, alegação da defesa de Uwe que foi aceita pela Justiça para libertá-lo da cadeia. Ele foi solto no último dia 26. Bianca sustenta que o prazo só começou a contar nesta segunda-feira quando ela abriu a intimação para se manifestar e expiraria no dia 5 de setembro.
O laudo da necropsia de Walter revela que ele tinha mais de 30 lesões no corpo. A causa da morte foi traumatismo craniano.
A BandNews FM tenta contato com a defesa do cônsul, mas ainda não obteve retorno.