Os motoristas de ônibus Carlos Alberto, de 52 anos, e Carlos Antônio de Faria, de 45 anos, afirmaram que lutaram contra a força da natureza para resgatar os passageiros que estavam nos coletivos levados pela enxurrada na última terça-feira (15). Imagens que circulam nas redes sociais mostram que os coletivos foram arrastados pelo Rio Quitandinha, que invadiu a Rua Washington Luiz, um dos principais acessos ao Centro de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro.

“O rio ainda estava sob controle, sem jogar água na pista. Estávamos seguindo o itinerário para o bairro, porém, alguns metros à frente, após a UPA, veio uma onda em direção aos coletivos. Como recomendado, paramos os ônibus na pista, para deixar a água baixar e seguir viagem, posteriormente”, disseram os rodoviários.

Os profissionais acionaram a alavanca de emergência dos coletivos e as janelas foram retiradas, ajudando na saída de alguns passageiros. Uma corda foi amarrada para auxiliar no resgate e foi por essa corda que um dos motoristas se salvou com a ajuda de moradores de um condomínio próximo ao local.

“Eu não sei quem é o pai daquele menino que eu não consegui pegar. Mas, ele pode estar certo que a dor que está sentindo é a mesma que eu estou. Eu só quero que Deus conforte muito a família. Aquela criança era tudo o que eu queria ter segurado”, contou em lágrimas o motorista da linha 401, Carlos Alberto sobre um dos momentos do resgate.

A dor e o sofrimento também tomam conta de Carlos Antônio, da linha 465. “Eu só queria salvar todo mundo. Só isso”, concluiu.

Nesta quinta-feira (16), os profissionais voltaram ao trabalho.