Jornalista e escritor Sérgio Cabral morre aos 87 anos no Rio

Sérgio de Oliveira Cabral Santos foi fundador do ‘O Pasquim’ e é considerado um dos maiores nomes do jornalismo carioca

Por Luanna Bernardes

Sérgio Cabral morreu aos 87 anos no Rio de Janeiro
Reprodução

O jornalista, escritor, compositor, pesquisador e político Sérgio Cabral morreu aos 87 anos de idade, na Clínica São Vicente, na Gávea, na zona sul da capital fluminense. O anúncio foi feito agora há pouco pelas redes sociais pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral Filho. 

O velório de Sérgio Cabral será amanhã, entre 08h e 12h, na sede náutica do Vasco da Gama na Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio de Janeiro.

Torcedor apaixonado pelo Vasco, Sérgio de Oliveira Cabral Santos foi fundador do ‘O Pasquim’ e é considerado um dos maiores nomes do jornalismo carioca.

Em maio deste ano, o ex-governador do Rio de Janeiro chegou a pedir orações pelo pai, que já estava hospitalizado na unidade de saúde em estado grave. Em 2014, o jornalista já tinha sido diagnosticado com Mal de Alzheimer.

Nascido no bairro de Cascadura, na zona norte da capital fluminense, Sérgio Cabral começou a carreira em 1957, como repórter policial do ‘Diário da Noite’. Já no fim de 1968, após uma reunião com o cartunista Jaguar e o também jornalista Tarso de Castro, surgiu a ideia de criar um tabloide semanal para substituir o antigo "' Carapuça'.

Foi então, em junho do ano seguinte, que o semanário ‘O Pasquim’ começou a ser distribuído. O tabloide teve grande papel na oposição ao regime militar. Durante a ditadura, Sérgio Cabral chegou a ser preso temporariamente devido ao ativismo atrelado ao jornal.

Além dos trabalhos nos tabloides, o jornalista também escreveu mais de 20 livros, entre eles as biografias de Pixinguinha, Nara Leão, Ary Barrosa e Tom Jobim.

Uma das obras revela ainda uma outra paixão do escritor: o Carnaval. No livro ‘As Escolas de Samba do Rio de Janeiro’, de 1974, o autor retratou anos de pesquisas e entrevistas feitas sobre o tema. A produção se tornou uma das maiores contribuições para a história da folia.

Como compositor, ele se tornou parceiro de Rildo Hora e escreveu letras como ‘Velha-Guarda da Portela’, ‘Os Meninos de Mangueira’ e ‘Janelas Azuis’.

Sérgio Cabral também foi vereador da cidade do Rio por três legislaturas, entre 1983 e 1993. No fim dos mandatos, foi indicado para ser conselheiro do Tribunal de Contas do Município. O jornalista ficou no cargo até maio de 2007, quando se aposentou compulsoriamente, ao completar 70 anos.

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