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Morre Rita Lee aos 75 anos; Rainha do Rock foi diagnosticada com câncer em 2021

Cantora será velada em São Paulo, no Planetário do Parque do Ibirapuera, na quarta-feira (10)

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Morreu nesta segunda-feira (8), em São Paulo, a cantora e compositora Rita Lee. Aos 75 anos, a Rainha do Rock Brasileiro foi diagnosticada em 2021 com câncer de pulmão e estava em tratamento desde então. A morte foi confirmada nas redes sociais oficiais da artista na manhã desta terça-feira (9). O velório será aberto ao público, na quarta-feira (10), entre 10h e 17h, no Planetário do Parque do Ibirapuera.

Rita Lee morreu em casa, cercada pela família, e será cremada, cumprindo um desejo dela mesmo, segundo os familiares.

CARREIRA E VIDA

Cantora, compositora, multi-instrumentista, atriz e escritora; são muitas as palavras que tentam definir a eterna Rita Lee. Mas talvez o termo que mais se encaixe seja "rainha": rainha do rock brasileiro.

Rita Lee Jones de Carvalho nasceu na cidade de São Paulo, em 31 de dezembro de 1947.

Filha de pai norte-americano e mãe de origem ítalo-brasileira, passou a infância no bairro da Vila Mariana, onde estudou em um colégio franco-brasileiro.

Ainda na infância, Rita Lee teve os primeiros contatos com o piano, e, na adolescência, começou uma banda com duas amigas.

Depois, se juntou ao grupo que mais tarde se tornaria "Os Mutantes", com os irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias.

Entre 1966 e 1972, gravaram CINCO álbuns no gênero rock psicodélico, já sob forte influência da nova MPB, o tropicalismo.

Foram diversas parcerias e apresentações com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Gal Costa e Nara Leão.

Pouco tempo depois, Rita Lee passou a integrar o grupo Tutti Frutti como vocalista e também tocando piano, gaita e violão.

O segundo álbum da banda, "Fruto Proibido", de 1975, vendeu mais de 200 mil cópias, com sucessos como "Ovelha negra" e "Agora só falta você":

Na mesma época, a cantora conheceu o músico carioca Roberto de Carvalho, com quem teve uma parceria amorosa e profissional por 48 anos.

Rita Lee foi presa no período do regime militar, em 1976, grávida de três meses do primeiro filho. Ela estava na própria casa, em São Paulo, quando policiais entraram no local em busca de drogas.

A cantora contou que ficou limpa depois do nascimento da primeira neta, Izabella, em 2005.

O jeito descontraído, criativo e polêmico de Rita Lee fez da cantora uma artista internacional.

O príncipe Charles, da Inglaterra, chegou a dizer ao jornal Daily Mail, em 1988, que ela era a cantora preferida dele. Os hits de Rita Lee fizeram grande sucesso nos anos 80, como "Mania de Você", "Chega Mais" e "Doce Vampiro".

Foi nessa mesma época que a cantora estreitou os laços com Elis Regina. Em um especial da TV Bandeirantes, Rita Lee relembrou a amizade que começou depois de ter saído da prisão, ainda na ditadura.

Rita Lee gravou 30 discos ao longo dos 50 anos de carreira musical, e venceu um Grammy Latino com o álbum "3001".

O show de despedida dos palcos foi em 2012, em Sergipe, quando acabou presa por desacato depois de criticar a presença da polícia entre o público.

Aos 73 anos de idade, descobriu um tumor no pulmão esquerdo, e chegou a compartilhar o tratamento com os fãs pelas redes sociais.

Rita Lee ocupa a posição 15 na Lista dos 100 Maiores Artistas da Música Brasileira, da Revista Rolling Stone.

Ela também lançou 7 livros infantis, além de uma autobiografia que entrou para a lista dos mais vendidos no Brasil.

O velório de Rita Lee será aberto ao público nesta quarta (10) no Planetário do Parque do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo, entre 10h e 17h.