Moraes vê “fortes indícios de desvio” em joias de Bolsonaro

Investigados de operação são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado para desviar bens de alto valor patrimonial

Rádio BandNews FM

Ministro Alexandre de Moraes e o ex-presidente Jair Bolsonaro
Foto: Agência Brasil

Depois da operação sobre a suposta tentativa de vender ilegalmente presentes dados por delegações estrangeiras, liderada por militares ligados ex-presidente Jair Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes disse ter identificado "fortes indícios de desvio de bens de alto valor patrimonial" para autorizar a ação.

Foram quatro alvos principais, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, e o pai dele, o general do Exército Mauro César Lourena Cid. Também o atual ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente Osmar Crivelatti, além do advogado Frederick Wassef, que já defendeu Bolsonaro e familiares.

Os investigados são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais, por meio da venda desses itens no exterior.

Além disso, os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.

Na decisão, Moraes afirma que após a realização da operação, a Polícia Federal procedeu à análise de parte dos materiais apreendidos, concluindo pela existência desses fortes indícios.

Há também indícios de posterior ocultação da origem, localização e propriedade dos valores provenientes, com identidade de agentes já investigados por outros fatos no STF.

Os parlamentares do comando do PL e próximos de Bolsonaro afirmam que ele já foi informado sobre o que ocorre no entorno dele.

A interlocutores, Bolsonaro classificou as operações da como perseguição política e que está “absolutamente tranquilo”.

O ponto central é que a operação da Polícia Federal contra o general Cid Pai deve ser o marco para uma mudança de postura no respaldo dado pelo Exército à família dele.

Alguns militares avaliam que o clima é péssimo, já que Cid Pai era muito respeitado na instituição, mas que “as mãos que o apoiavam devem se soltar”, e que ele e o filho devem se defender nos foros adequados.

Pela internet, o ministro da Justiça, Flávio Dino, destacou que há muitos estudos que mostram que compra e venda de joias é um caminho clássico de corrupção e de lavagem de dinheiro. Ele destacou que muitos veem como um crime "seguro", que ficará “escondido para sempre”.

Mauro César Lourena Cid é general do Exército e foi colega de Jair Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras, nos anos 70.

Durante o governo Bolsonaro, o militar ocupou cargo federal em Miami ligado à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.

Segundo as investigações, o general era o responsável por negociar as joias e os demais bens nos EUA - inclusive, recebia os valores em sua conta bancária.

A Polícia Federal brasileira já pediu um acordo de cooperação internacional com os Estados Unidos para quebrar o sigilo dessa conta.

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