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Moraes dá 15 dias para PGR decidir se denuncia Bolsonaro no caso das joias

Caso trata das joias recebidas pelo então presidente Jair Bolsonaro que foram dadas de presente pelo governo da Arábia

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Foto: Marcello Camargo/Agência Brasil e Reprodução

A Procuradoria-Geral da República tem 15 dias para analisar e se manifestar sobre o relatório feito pela Polícia Federal que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 11 pessoas no inquérito que apura as joias do acervo da presidência da República.

Assim, o órgão pode pedir mais provas, arquivar o caso ou apresentar denúncia contra os suspeitos.

Depois de alguns meses de investigação, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, retirou o sigilo do caso das joias e determinou que seja garantido o acesso integral aos advogados das partes envolvidas.

O caso trata das joias recebidas pelo então presidente Jair Bolsonaro que foram dadas de presente pelo governo da Arábia Saudita ao governo brasileiro.

A investigação identificou, até o momento, que ao menos três conjuntos de bens foram recebidos pelo ex-presidente da República.

São eles: um conjunto composto por uma caneta, um anel, um par de abotoaduras, um rosário árabe e um relógio da marca Chopard; um kit de joias composto por um anel, abotoaduras, um rosário islâmico e um relógio da marca Rolex, de ouro branco, entregue ao ex-presidente em outubro de 2019 e um terceiro formado por uma escultura de um barco dourado e uma escultura de uma palmeira dourada.

Entre as várias partes que estão no inquérito, a Polícia Federal afirmou que as investigações indicam que o dinheiro da venda das joias sauditas, que teriam sido vendidas ilegalmente por auxiliares de Jair Bolsonaro, serviu para custear as despesas que ele e a família fizeram para os Estados Unidos, no fim de 2022 e início de 2023. 

A Polícia Federal afirmou que o general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, repassou US$ 25 mil em espécie ao ex-presidente.

Além disso, esses valores foram convertidos em dinheiro em espécie e incorporados ao patrimônio pessoal, sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores. 

Ainda no inquérito, a Polícia Federal afirmou que o objetivo da venda dos itens era o enriquecimento ilícito de Bolsonaro e que “atos de desvio (e tentativa de desvio) perpetrados por uma associação criminosa”

As investigações apontam ainda que o ex-chefe do Executivo não utilizou os recursos financeiros depositados em nas contas bancárias no Banco do Brasil e no BB América.

A Polícia Federal afirmou, no inquérito, que existem indícios do cometimentos dos crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. 

Somadas, essas penas podem variar de 10 a 32 anos de prisão, em caso de condenação.

Alexandre de Moraes considerou que, com o relatório final do caso apresentado pela Polícia Federal na semana passada, não existe razão para manter o processo sob sigilo. 

O processo envolve o ex-presidente e apura se houve uma tentativa ilegal de entrada no Brasil de joias doadas pela Arábia Saudita no Brasil.

Com a retirada do sigilo, o processo passará a ficar disponível no sistema de peticionamento eletrônico do Supremo, acessível a qualquer cidadão mediante cadastro.

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