Após o governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura da capital paulista definirem a mudança de local da Cracolândia, passando da Santa Ifigênia para o Bom Retiro - especificamente na rua Prates -, moradores na região criticaram a decisão do poder público.
Moradores e comerciantes que se estabeleceram no bairro preterido pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) não demonstraram apoio à medida.
Ao repórter Lucas Jozino, os paulistanos rechaçaram apoiar a iniciativa e declararam que existe a possibilidade do bairro do Bom Retiro piorar com a chegada do fluxo dos dependentes químicos.
"Eu gosto bastante daqui, mas o pessoal da Cracolândia têm atrapalhado a vida dos comerciantes e moradores. É bem incômodo. Queria ações mais enérgicas para dar um outro destino a esse povo, mas não deixar na rua", disse um morador.
Outro rapaz que preferiu não se identificar considerou que, caso a Cracolândia chegue no bairro, será ruim para aqueles que frequentam a região. "Tirar o problema de lá e trazer para cá. Vai ser difícil", completou.
O plano de ação do governador Tarcísio e do prefeito Ricardo Nunes prevê que o fluxo percorra um total de dois quilômetros e meio para que os 1.100 dependentes químicos cheguem na nova localização da Cracolândia.
“Estou sempre unido ao prefeito. Temos uma interação muito forte. Impossível sermos bem sucedido sem a prefeitura de São Paulo.”
Realocação deve ocorrer nos próximos meses
Mesmo que a operação não tenha sido especificada sobre como aconteceria, a expectativa é de que policiais militares e guardas civis metropolitanos realizem a escolta dos moradores de rua até a rua Prates. A mudança deverá acontecer até dezembro.
Ontem, o governador Tarcísio de Freitas expôs certa incerteza quanto ao sucesso da medida. Ao confirmar a intenção de mudar a localização do fluxo dos dependentes químicos, o político pontuou: "Vamos ver se a estratégia vai dar certo. Vai dar certo? Não sei", disse.