Com o risco iminente de colapso de uma mina da cidade, moradores de Maceió tem deixado casas em áreas próximas ao local com medo de que a área afetada possa ser maior do que a citada pelas autoridades locais. No bairro Bebedouro, vizinho ao bairro do Bom Parto, algumas pessoas foram retiradas dos imóveis, mas outras não tem para onde ir.
O relato foi feito à BandNews FM pela estudante Gabriele Santos Aragão Silva. "Na minha área, tiraram metade da rua, mas deixaram a outra metade por aqui. Nós estamos vivendo em isolamento social. Não tem um mercado, uma padaria, o serviço de transporte público diminuiu consideravelmente", conta.
Gabriele relata que, por medo, ninguém quer ficar nas casas. "A qualquer momento, o solo pode colapsar. Não sabemos a proporção disso, quando o solo afundar. Desde o primeiro dia, eu não dormi em casa. Vim para casa das minhas tias. E, mesmo fora, estou tendo crise de ansiedade".
Na última quarta-feira (29), a Defesa Civil de Maceió emitiu o alerta que a mina da Braskem poderia colapsar a qualquer momento. A Prefeitura decretou estado de emergência, mas as autoridades não sabem, ao certo, quando a área vai afundar. O afundamento começou em 2018 porque, segundo o Serviço Geológico do Brasil, os trabalhos da empresa foram feitos onde há uma falha geológica. Ao todo, 60 mil famílias tiveram que deixar os bairros próximos como Bom Parto, Pinheiro e Mutange.
A Defesa Civil de Alagoas e a Defesa Civil de Maceió continuam monitorando a mina 18, mas alertam para o risco iminente de colapso. Os últimos relatórios apontam que a velocidade da movimentação do solo é de 1 centímetro por hora. Na última sexta (01), era de 2,6 cm/hora. Em nota, a Braskem diz que monitora o local e que "a acomodação poderá se desenvolver de duas maneiras: um cenário é o de acomodação gradual até a estabilização; o segundo é o de uma possível acomodação abrupta".