O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia o nome do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para a Secretaria-Geral da Presidência, em mais uma etapa da reforma ministerial, o que tem gerado debate no PSOL e no governo. As informações e a análise são da colunista da BandNews FM Mônica Bergamo.
No entendimento de algumas lideranças do PSOL, devido ao partido ter determinado que não participaria formalmente do governo Lula - com exceção da ministra Sônia Guajajara, da pasta dos Povos Indígenas - a sigla teria de reunir para mudar essa diretriz e permitir que Boulos passe a integrar o governo.
Outros líderes, no entanto, acreditam que basta o deputado se licenciar do partido para se tornar ministro de Lula. "Se [Boulos se tornar ministro] vai ser a maior surpresa até agora dessa reforma. Há alguns meses ninguém falava de Boulos como ministro então esse debate foi aberto no PSOL, no PT e no governo", disse Mônica.
Dentro do governo, integrantes da Esplanada dos Ministério tem apresentado resistência ao nome de Boulos. "Alguns ministros acham que Lula tem que ampliar essa composição para a direita, e não esquerda. Boulos seria a antítese disso", disse a colunista.
O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), ouvido por Mônica Bergamo, diz acreditar que o debate em torno da participação do partido no governo precisará ser reaberto caso Boulos seja convidado para o ministério.
Dentro do Partido dos Trabalhados, o deputado federal Kiko Celeguim (SP), presidente do PT paulista, apoia Boulos no governo por ele ter experiência em mobilizações, ter votos e acredita que o deputado rejuvenesceria o Palácio do Planalto.
O PT tem lideranças divididas em torno do tema. Outros integrantes do partido tem receio de que Boulos possa se impor como "uma figura da esquerda, uma espécie de sucessor de Lula".