O ministro da Justiça Anderson Torres negou omissão da Polícia Rodoviária Federal nas ações necessárias para desbloquear rodovias tomadas por apoiadores de Jair Bolsonaro. A colunista da BandNews FM Mônica Bergamo conversou com o ministro, que se mostrou surpreso com a rapidez com que bloqueios foram montados.
As primeiras interdições começaram poucas horas após o anúncio do resultado da eleição presidencial no domingo (30). Os estados de Mato Grosso e Santa Catarina foram os primeiros a terem pistas bloqueadas.
Ministros em Brasília avaliaram que a conduta de Anderson Torres dava a impressão de apoio aos manifestas e apontaram que a Polícia Rodoviária Federal demorou muito para dar uma resposta e retirar os manifestantes das rodovias.
Em resposta à colunista Mônica Bergamo, o Anderson Torres comentou as cenas de policiais confraternizando com os manifestantes e não tomando atitudes para o desbloqueio das vias: "Quando há centenas de pessoas versus uma dezena de policiais, você tem que usar outras formas de dissuadir. Sempre deixando a força para a última opção”, afirmou.
Anderson Torres ainda afirma que a Polícia Rodoviária Federal se empenhou para liberar as rodovias, destacou que houve aumento do efetivo empregado, mas que varia de estrada para estrada.
As suspeitas de inação da Polícia Rodoviária Federal, que é subordinada ao ministro, estão no foco também do Ministério Público Federal, que pediu a abertura de um inquérito para investigar a conduta do diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques.
Em entrevista à BandNews FM, o coordenador-geral de comunicação da PRF, Cristiano Vasconcellos, disse que a falta de uma pauta concreta e a desorganização dos manifestantes prejudica o trabalho das equipes: “A gente se preparou e muito bem, mas o problema é que o movimento é desorganizado, desornado”.