Mônica Bergamo: Governo Lula quer joias de Bolsonaro no patrimônio público

Palácio do Planalto já estuda formas de reaver itens considerados do acervo privado do ex-presidente; TCU investiga “indícios de elevada gravidade” na destinação dos objetos

BandNews FM

Integrantes do governo Lula já discutem formas de reaver as joias da Arábia Saudita entregues ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A principal providência que pode ser tomada pelo Palácio do Planalto é reverter a classificação dos itens como personalíssimos, transferindo o material do acervo privado para o acervo público da Presidência da República. As informações são da colunista da BandNews FM Mônica Bergamo.

O ex-chefe do Executivo já admitiu estar com um conjunto de joias masculinas com anel, relógio, caneta e um terço islâmico. Conforme revelado pelo jornal O Estado de São Paulo, um conjunto de adornos femininos com diamantes avaliados em R$ 16,5 milhões foi apreendido pela Receita Federal ao entrar irregularmente no Brasil.

O material teria sido um presente do governo saudita e chegou ao país com a comitiva do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque. As joias não foram declaradas adequadamente e foram incorporadas ao acervo pessoal do ex-presidente.

NO TCU, Bolsonaro e Bento Albuquerque foram intimados a prestar esclarecimentos. O ministro Augusto Nardes, relator do caso na Corte de Contas, proibiu o uso ou a venda dos produtos que estão com Bolsonaro.

Na atual administração do Palácio do Planalto, já começaram a ser levantados os documentos necessários para reaver as joias como parte do acervo público da União.

Desde 2016, o Tribunal de Contas da União só permite que os presidentes fiquem com itens considerados de caráter personalíssimos, como roupas, perfumes e comidas.

Na ocasião, os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff devolveram itens recebidos quando eram chefes de governo.

A defesa de Jair Bolsonaro nega irregularidades, mas apuração da TV Band indica que aliados do ex-presidente já consideram que a melhor saída é que o político devolva espontaneamente os objetos.