Os aliados e a equipe de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) devem alegar que o tenente-coronel Mauro Cid é o responsável por possíveis fraudes no cartão de vacinação do político. Pessoas próximas ao ex-chefe do Executivo ouvidas pela colunista da BandNews FM Mônica Bergamo afirmaram acreditar que a Polícia Federal tenha provas suficientes para “incriminar” o ex-ajudante de ordens.
Na quarta-feira (5), a Operação Venire cumpriu seis mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão. A PF investiga uma organização criminosa suspeita de falsificar informações de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
A defesa de Bolsonaro alega que não haveria motivos para o ex-presidente solicitar a adulteração na carteira de vacinação dele e da filha, Laura, de 12 anos. Segundos os advogados, é sabido que o político não tomou o imunizante e sempre se posicionou contrário ao fármaco.
Com a investigação adiantada e a liberação do inquérito mostrando a extensa apuração contra o ex-ajudante de ordens, assessores de Bolsonaro avaliam que a opção mais viável seria manter o discurso de que Cid agiu por conta própria.
Aliados acreditam que o coronel não “apontaria o dedo” para o ex-presidente e irá assumir toda a operação. Descartando assim a possibilidade de uma delação premiada contra o ex-chefe.
O jurídico de Jair Bolsonaro busca agora documentos para sustentar na Justiça que ele nunca foi vacinado e que não participou da adulteração. Os advogados procuram por exames que teriam sido feitos pelo político antes de entrar nos Estados Unidos, o que seria a prova de que ele não precisava de uma carteira de vacinação para viajar.
Bolsonaro sustenta a tese de que não necessitava comprovar a imunização, já que embarcou como autoridade, logo não teria motivo para adulterar o comprovante.
O coronel Mauro Cid se manteve calado durante o depoimento na Polícia Federal.